Último senador a discursar nesta quarta-feira (26), o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) classificou de "disparatado" o comunicado divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) intitulado "Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente". O estudo analisa a trajetória da evolução da produtividade da administração pública no Brasil de 1827 até 2008. Para o senador, o estudo não tem parâmetros confiáveis para comparar a produtividade da administração pública nacional com a produtividade do setor privado brasileiro.

- O comunicado da presidência do Ipea não observa o mínimo critério econômico e nem o bom senso mais elementar - afirmou.

De acordo com o senador, o trabalho do Ipea considera como os estados brasileiros mais produtivos aqueles "que esbanjaram" e aumentaram seus gastos. Já os estados que "trabalharam rigorosamente o ajuste fiscal foram considerados de pouca produtividade", acrescentou o senador. Além disso, o estudo usa os mesmos critérios para comparar a produtividade pública com a privada, o que na verdade exigiria adaptação dos dados e índices comparativos.

- O doutor Márcio Pochmann misturou literalmente alhos com bugalhos. Comparando produtividade do setor público com o setor privado, ele foi profundamente infeliz, se é que isso não esconde uma ideologia de justificar os gastos correntes crescentes do atual governo - que começam a ficar insuportáveis -, em detrimento do investimento. Se for isso, é algo doloso, algo quase que criminoso. Se for mero erro intelectual já é lamentável, porque estamos vendo agora então, depois de vermos o aparelhamento da Receita, o aparelhamento do Ipea - adisse Arthur Virgílio.