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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Corregedor arquiva denúncia contra Suplicy por abrigar defensores de Battisti em gabinete

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), decidiu arquivar denúncia contra o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) por ter permitido o uso de seu gabinete, à noite, por manifestantes favoráveis à libertação do ex-ativista italiano Cesare Battisti. Tuma vai apenas fazer um alerta a todos os senadores para que não permitam a entrada no Senado, no período noturno, de pessoas que não trabalham na Casa.


"Não há nada para que o senador seja punido porque não há nenhuma proibição. Acho que temos que fazer um alerta a todos os senadores porque a segurança da Casa poderia ser responsabilizada. Mas eu não posso fazer advertência ao senador Suplicy porque isso seria uma punição. Não há porque ele ser punido", disse Tuma à Folha Online.

O senador afirmou que não viu "maldade" no gesto do petista ao ceder o seu gabinete para que manifestantes pró-Battisti passassem a noite no Senado. "Eu vou mandar arquivar o processo e dar conhecimento a isso. Não tenho poderes para advertir o senador, vou apenas fazer um alerta a todos os senadores, até me incluo nisso", afirmou.

Tuma lembrou episódio, ocorrido no ano passado, no qual um funcionário do senador Heráclito Fortes (DEM-PI) foi ameaçado por um estranho, à noite, nas dependências do Senado. "É uma cautela da segurança não permitir a entrada de pessoas estranhas no período da noite. Por isso será apenas um alerta geral, sem punições ao senador Suplicy", afirmou.

No episódio, manifestantes favoráveis à libertação do ex-ativista italiano Cesare Battisti permaneceram no Senado durante a noite do dia 9 de setembro, véspera do julgamento do pedido de extradição do italiano no STF (Supremo Tribunal Federal). A Mesa Diretora do Senado encaminhou o fato para a Corregedoria investigar se houve irregularidades.

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que o episódio não era grave, mas o considerou "delicado" por abrir precedentes para que outros parlamentares abram seus gabinetes durante a noite.

Suplicy argumentou, em sua defesa, que cedeu o gabinete apenas para os manifestantes usarem o banheiro. Segundo o petista, a decisão foi tomada depois de ser informado que os defensores de Battisti foram impedidos pela Polícia Militar de permanecer em vigília em frente ao STF.

Banheiro

Ao tomar conhecimento das explicações de Suplicy, Heráclito ironizou as explicações do petista uma vez que, segundo relato da Polícia Legislativa do Senado, os manifestantes ingressaram por volta de 0h15 da véspera do julgamento e pernoitaram no local --chegando a espalhar colchonetes. "Só se todo mundo comeu comida estragada, porque 15 pessoas passarem a madrugada toda para usar o banheiro, isso está mal explicado", disse.

A Polícia do Senado alega que a ocupação foi irregular por ter sido fora do horário de funcionamento da Casa. De acordo com o relatório da polícia, o grupo acampou no gabinete do petista com o conhecimento dos senadores José Nery (PSOL-PA) e João Pedro (PT-AM).

De acordo com o petista, ele apenas fez um favor a uma velha conhecida dos movimentos sociais. "Conversei com o senador Heráclito e expliquei que não fiz nada demais. Apenas cedi a chave para o grupo utilizar o banheiro. Se você [jornalista] precisar, eu também vou emprestar. Não houve nenhuma ilegalidade nem invasão", afirmou o petista.
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