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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Governo interino de Honduras é "governo de mentirosos", diz assessor de Lula

Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência do Brasil, disse nesta sexta-feira que o governo do presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, é um "governo de mentirosos" e negou que Brasília tenha facilitado a volta a Tegucigalpa do presidente deposto Manuel Zelaya, que se refugia desde segunda-feira (21), na Embaixada do Brasil em Honduras.


"O governo hondurenho é um governo de mentirosos. Mentiram para o povo ao dizer que tinham destituído legalmente o presidente [Zelaya]. É um governo de golpistas", disse García, em declarações à imprensa em Pittsburgh (EUA), onde acontece a Cúpula do Grupo dos Vinte (que reúne os países ricos e os principais emergentes). 

García criticou ainda a declaração do Ministério de Relações Exteriores hondurenho que informou em comunicado que "a presença do senhor Zelaya na missão do Brasil em Tegucigalpa [é] um ato promovido e consentido pelo governo do Brasil".

"É evidente a intromissão do governo do senhor [Luiz Inácio] Lula da Silva nos assuntos internos de Honduras", afirmou a declaração.

García disse que o Brasil não teve nenhuma participação na volta de Zelaya ao país --como o próprio presidente deposto afirmou na quarta-feira (23) em entrevista à Folha.

Zelaya está na embaixada brasileira desde segunda-feira (21), quando retornou a Honduras em busca, segundo ele, de "diálogo direto" para resolver a crise causada por sua deposição, em 28 de junho passado. Por causa da presença de Zelaya, a embaixada está cercada, e as pessoas que permanecem lá dentro estão com dificuldades para receber comida. Muitas não tomam banho há três dias.

De acordo com o 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão.

A situação causou tensão entre o governo interino e o Brasil e o governo de Micheletti exige que Brasília defina o status de Zelaya: seja dando asilo político seja entregando-o à justiça hondurenha. O governo brasileiro diz que manterá abrigo a Zelaya e que ele apenas se refugia na embaixada.
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