O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse nesta quinta-feira que colocou o seu nome à disposição do PT para disputar o governo de São Paulo em 2010. Como o partido decidiu construir uma candidatura própria ao governo estadual ouvindo os principais cotados para a disputa, Suplicy disse que vai esperar que a própria legenda decida quem será o candidato.

"Isso deve ser comunicado [ao PT] até novembro. Vou me colocar à disposição do partido e do Estado de São Paulo", disse o senador.

Além do seu nome, Suplicy disse que o PT discute a possibilidade de outros cinco petistas disputarem o governo estadual: a ex-prefeita Marta Suplicy, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ministro Fernando Haddad (Educação), o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia, e o prefeito de Osasco, Emidio de Souza.

Desde junho, Suplicy vem demonstrando a disposição em lançar-se candidato ao governo de São Paulo. O petista chegou a encaminhar um bilhete manuscrito em um guardanapo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante viagem que fizeram juntos à América Central, com a sinalização de que gostaria de ser candidato.

Suplicy já informou ministros petistas sobre sua vontade de concorrer ao governo de São Paulo --como Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Marco Aurélio Garcia, assessor da presidência da República, e a ex-prefeita Marta Suplicy.

Nos bastidores, Suplicy admite a possibilidade de disputar o governo estadual uma vez que tem mandato garantido no Senado até 2014. Numa eventual derrota, o petista continuaria a exercer suas funções no Legislativo.

O nome de Suplicy também ganha força caso o deputado Ciro Gomes (PSB-SP) dispute o governo estadual. A dupla candidatura da base governista, segundo interlocutores do partido, poderia acalmar a ala petista que defende a candidatura própria, além de forçar um segundo turno entre Ciro e o candidato da oposição --provavelmente o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Debates

O PT paulista definiu nesta semana que vai iniciar a "construção" de um candidato próprio ao governo do Estado para a eleição de 2010. Reportagem da Folha afirma que a decisão tomada pela Executiva do partido contraria os interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já manifestou o desejo de ver Ciro à frente de uma chapa, com o apoio do PT.

Nomes como Marta Suplicy, por exemplo, se manifestaram contra a candidatura do deputado ao governo do Estado. "Há uma percepção [no partido] de que a candidatura Ciro não tem a ver com São Paulo", disse Marta depois da reunião da Executiva.

Ciro transferiu seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo para ter a alternativa de concorrer ao governo caso o PSB decida apoiar a candidatura de Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto ---sem lançá-lo à presidência.