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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Presidente do CNA critica governo e IBGE

Ao divulgar hoje os dados da pesquisa feita pelo Ibope sobre o assentamento agrário brasileiro, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO) não poupou de críticas os ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, da Educação e do Trabalho. Ela também criticou a metodologia usada em estudo semelhante pelo IBGE, alegando que a instituição buscou criar intrigas entre os grandes e pequenos produtores rurais.


"O IBGE demorou mais de um ano para divulgar uma pesquisa, que retratou a grande propriedade como se fosse a vilã", afirmou. De acordo com a senadora, o ganho de escala no campo é tão importante ao da indústria e do comércio, daí o fato de a concentração de terras dever ser encarada como algo natural. "Quando vejo o (a rede de supermercados) Carrefour chegar a uma cidade, sei, infelizmente, que os pequenos mercados vão acabar", comparou.

A presidente da CNA alegou que a instituição, ao contrário do que se pensa, também representa os pequenos produtores. "O IBGE cometeu um erro e criou uma disputa boba. Chega a ser ridículo. Criaram uma competição imbecil, desnecessária. Não sei o que quiseram provar com tudo isso", disparou.

"Aqui na CNA temos 1,2 milhão de associados e 56% são pequenos, que hoje estão na contagem do IBGE como agricultura familiar", continuou. Ela também criticou o fato de haver duas pastas para tratar do assunto. "Só no Brasil existem dois ministérios da Agricultura", disse, referindo-se aos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.

Críticas

Para o Meio Ambiente, sobraram alfinetadas da senadora a respeito da impossibilidade de se construir banheiros em áreas de assentamento por conta da questão ambiental. "Há assentamentos em que 100% não têm banheiro. Há problemas de caráter ambiental, que não liberam a sua construção. É um problema grave", comentou.

Kátia Abreu também criticou a atuação do Ministério da Educação, alegando que as escolas da área rural não fazem parte do levantamento nacional sobre o rendimento dos alunos e qualidade das instituições. "A nossa impressão é a de que os índices nacionais podem ficar prejudicados. Situação é de quase calamidade", avaliou, acrescentando que os professores não querem trabalhar na zona rural.

A presidente da CNA reclamou também da falta de qualificação dada pelo governo aos assentados. "De toda a arrecadação da CNA, 20% obrigatoriamente vai para o Ministério do Trabalho e não há cursos de qualificação voltados a esse setor", disse.
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