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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Incra contesta pesquisa encomenda por ruralista sobre renda de assentados

O presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hachbart, minimizou nesta terça-feira o resultado da pesquisa divulgada pela CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil) mostrando que 37% dos assentamentos agrários brasileiros não produzem nada. Segundo Hachbart, o universo de famílias pesquisado é insuficiente.


Para o presidente do Incra, o levantamento, realizado pelo Ibope, foi direcionado para mostrar que a reforma agrária não funciona. Hachbart não apresentou números oficiais do governo para rebater os dados, mas prometeu divulgar uma pesquisa até o final do ano mostrando a realidade dos assentamentos brasileiros.

"Essa pesquisa não mostra a realidade dos assentamentos. Essa pesquisa é direcionada para mostrar que a reforma agrária não é necessária. Agora, é preciso entender que a reforma é uma das opções para o desenvolvimento sustentável que o país busca'", afirmou.

Na avaliação do Hachbart a pesquisa é frágil porque entrevistou apenas 1.000 domicílios. "Hoje temos um milhão de famílias assentadas. Essa pesquisa ela apenas desqualifica e não contribui para avançarmos. Seria interessante que a CNA e o Ibope conhecesse a realidade dos assentamentos. O Censo agropecuário, que pesquisou todos os estabelecimentos do país em 2005, mostra que a agricultura familiar detém 24% da área total e produz 40% do valor bruto da produção agropecuária brasileira. A amostra é insuficiente", disse.

Para o presidente do Incra, mostrar que a produção dos assentamentos não apresenta resultados expressivos não significa que há falhas na reforma. "Tudo precisa ser melhorado, mas a produção não é o nosso foco principal. Nós trabalhamos com a cidadania. Nossa grande missão é reduzir a violência, promover a cidadania e garantir acesso a direitos básicos. Não dá para medir o sucesso da reforma agrária pela sua inserção no mercado com o que as famílias produzem", afirmou.
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