A oposição só deverá protocolar o requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar repasses de recursos públicos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por meio de organizações não governamentais (ONGs), na próxima semana, durante sessão do Congresso Nacional.

Hoje (13), o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), e o vice-líder Onyx Lorenzoni (RS), encarregado da coleta de assinaturas na Câmara, reuniram-se com a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), para definir a estratégia para apresentação do requerimento para instalação da comissão.

A decisão, segundo os líderes do DEM, é apresentar o pedido depois que for marcada a sessão do Congresso para a leitura do ato de criação da comissão. Segundo os democratas, o objetivo é evitar a pressão do governo para a retirada de assinaturas, como ocorreu na apresentação do primeiro requerimento para criação da CPMI. Naquela ocasião, muitos aliados do governo retiraram as assinaturas e inviabilizaram a criação da comissão.

O deputado Onyx Lorenzoni disse que já tem 176 assinaturas na Câmara e 34 no Senado, número suficiente para criar a CPMI, mas que a questão da apresentação do requerimento é uma estratégia da oposição. “Não temos data para apresentar. Vamos tomar todo o cuidado para evitar a retirada de assinaturas e verificar o melhor momento para a apresentação do requerimento”. Para criar a CPMI são necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores.

Segundo o parlamentar gaúcho, o requerimento deve ser apresentado para a CPI ser criada. Lorenzoni informou que tem informações que só no ano passado foram repassados cerca de R$ 60 milhões de recursos públicos para as ONGs, que repassam recursos para o MST. “Queremos investigar isso e saber o porquê desses repasses”.