O PT afastou o senador Flavio Arns (PSDB-PR) da presidência da Comissão de Educação do Senado depois que o parlamentar deixou o partido, há duas semanas, para filiar-se ao PSDB. Apesar de Arns ter sido eleito para presidir a comissão, o PT argumenta que o senador perdeu direito ao cargo uma vez que a presidência da comissão cabe a um petista.

"O cargo de presidente é do partido. Na hora em que ele foi para o PSDB, não faz sentido o PSDB ter mais uma presidência de comissão. Eu o mantive em algumas comissões como titular, mesmo fora do PT", disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).

O PT vai indicar a senadora Fátima Cleide (PT-RO) para a presidência da comissão. Mercadante disse que serão realizadas novas eleições para a escolha do presidente --o que deve ocorrer na semana que vem.

Pelo regimento do Senado, os presidentes das comissões da Casa devem ser eleitos com a maioria dos votos de seus integrantes.

Arns disse que foi surpreendido pela decisão dos petistas uma vez que foi eleito para o cargo. O senador disse esperar que o PT tenha cometido um "equívoco" ao retirá-lo da presidência, mas prometeu reagir caso os petistas efetivem um novo senador no cargo.

"O regimento não fala nada disso. Foi uma decisão política. A divisão da presidência das comissões foi um acerto entre os partidos, mas isso não está no regimento. A minha opinião é que isso não foi regimental, foi um equívoco. Se foi um equívoco, volto à condição de presidente. Se não foi, deve ter alguma solução regimental", afirmou.

Apesar das críticas de Arns, Mercadante disse que o senador não tem respaldo no regimento do Senado para pedir o cargo de volta. "Nós não pedimos de volta o mandato do senador Arns, mesmo ele saindo do PT. Mas o PSDB pediu o cargo do [Gabriel] Chalita [vereador de SP]. O cargo de presidente é da bancada, isso não faz o menor sentido", afirmou.