O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse em discurso, no Plenário, que os votos da oposição na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), da qual é presidente, não foram contra a Venezuela no Mersosul, mas contra o presidente venezuelano Hugo Chávez. Ele observou que muitos dos senadores da base que votaram favoravelmente fizeram ressalvas ao dirigente da Venezuela e que a oposição no Senado tem receios de que Hugo Chaves irá "desagregar" o Mercosul, por suas "atitudes polêmicas, populistas e não democráticas".

Eduardo Azeredo disse que atuou com isenção na análise do caso, lembrando que, em seis meses, os senadores ouviram 20 pessoas, em seis audiências públicas. Foram ouvidas, acrescentou, pessoas que opinaram contra e a favor da Venezuela e que o único convidado a recusar o convite foi o embaixador da Venezuela no Brasil.

- O próprio prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, de oposição a Hugo Chaves, veio à comissão e pôde externar sua posição favorável à entrada da Venezuela, mas mantendo suas críticas ao presidente. Ele acredita que, com o país no Mercosul, será mais fácil a fiscalização e a cobrança para que a Venezuela cumpra os parâmetros democráticos para continuar no bloco. Democracia é ter eleições, é ter os Poderes funcionando, é respeitar a liberdade de imprensa, é não ter presos políticos - afirmou Eduardo Azeredo.

Em apartes, o senador mineiro foi cumprimentado por sua atuação no caso Venezuela-Mercosul pelos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Pedro Simon (PMDB-RS). Simon disse que Eduardo Azeredo "agiu com serenidade, competência, seriedade e isenção" e não se deixou envolver pelo "debate apaixonado" que o tema provocou