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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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No Rio, candidatos à OAB gastam R$ 200 mil

Com gasto declarado semelhante a de um deputado estadual (R$ 200 mil), dois advogados disputam uma das mais acirradas eleições para a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio. As ruas da capital estão repletas de placas dos candidatos, lembrando as campanhas eleitorais a cargos públicos.


O atual presidente, Wadih Damous, 52, disputa a reeleição contra o seu vice-presidente, Lauro Schuch, 51. Ambos declaram gasto de "cerca" de R$ 200 mil, embora desconfiem da declaração de seu adversário.

Declarando-se um "sonhador e poeta", o professor de direito Luciano Viveiros também concorre, mas com poucas chances --e um gasto declarado de R$ 1.100, investido em panfletos entregues no fórum.

Os três brigam por um cargo sem remuneração, com mandato de três anos. Dizem querer melhorar as condições de trabalho dos advogados e rechaçam pretensão política.

Com pouco mais 10% do eleitorado do Rio, Damous e Schuch gastam o mesmo que um deputado estadual fluminense, cuja despesa média foi de cerca de R$ 220 mil em 2006. O Rio tem 11 milhões de eleitores e a OAB-RJ, 115 mil.

"A OAB fugiu das tradições de porta-voz dos anseios sociais. Quis dar minha contribuição para recuperar o prestígio e o valor que a OAB teve para a sociedade", diz Damous.

"Não tenho outro interesse que não [o de] um advogado que quer ter o respeito que ele merece, as condições de trabalho que qualquer profissional busca", disse Schuch.

Os dois alegam que o gasto tem o objetivo de atingir advogados que não atuam, e que viagens encarecem a campanha.

Damous diz que só recebe doações de advogados. Schuch diz ter também apoio de seus clientes ou de seus apoiadores, que cobram preço de custo na impressão de folhetos e placas.

O atual vice diz que as placas servem para compensar a exposição do atual presidente nos meios oficiais. Schuch chegou a tentar na Justiça a proibição de veiculação da imagem de Damous nos jornais da OAB, mas a liminar pedida foi negada.

Filiado ao PDT, Schuch contratou marqueteiro --assinou com Lula Vieira, que fez a campanha de Fernando Gabeira a prefeito--, mas disse que não teve como pagar o cobrado. Conta agora, gratuitamente, com Jacques Galinkin, que trabalhou com Marcelo Crivella.

Damous diz que suas peças são feitas sem marqueteiro. Ele, que já foi do PT e hoje diz não ter filiação partidária, é acusado por Schuch de "aparelhar" a OAB junto ao PC do B. Damous diz que processou o rival por sugerir esse elo político.
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