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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Ricos devem fazer mais por acordo de clima--negociador do Brasil

Os países desenvolvidos precisam se empenhar mais por um acordo para fazer frente à mudança climática durante encontro entre autoridades mundiais marcado para dezembro em Copenhague, avaliou o negociador-chefe do Brasil para questões ambientais.


"Há uma dificuldade dos países industrializados em traduzir as metas (de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa) ditas na imprensa em compromissos numéricos no âmbito da negociação", disse a jornalistas nesta terça-feira o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.

"Atualmente os países em desenvolvimento parecem mais dispostos a agir do que muitos países desenvolvidos", acrescentou o diplomata, que voltou recentemente de Barcelona, onde foram realizadas negociações visando o encontro na capital da Dinamarca, de 7 a 18 de dezembro.

Apesar de a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ter admitido pela primeira vez, na segunda-feira, que o Brasil pode levar a Copenhague o compromisso de redução das emissões em torno de 40 por cento em relação às estimativas de 2020, Machado evitou detalhar a proposta que a delegação brasileira pretende levar ao encontro.

Mas, segundo o diplomata, se levar esses números, o Brasil "fará parte da solução, não fará parte do problema".

"Somos parte da solução", disse Machado ao ser indagado sobre as chances de o Brasil contribuir para a saída do impasse.

A oferta brasileira para a reunião sobre o clima dever ser definida no próximo sábado, em reunião entre integrantes do governo. A meta de redução de 80 por cento do desmatamento, o que representaria uma redução da ordem de 20 por cento nas emissões, já está definida pelo Planalto.

A questão da divisão dos cortes nas emissões de gases causadores do efeito estufa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento é um dos principais entraves para um acordo sobre o clima pós-Protocolo de Kyoto, de 1997, e ao qual os Estados Unidos, principal emissor do mundo, não aderiu.

Outra questão-chave é de onde virão bilhões de dólares em recursos para ajudar países pobres a lidar com os efeitos da mudança do clima.

Machado disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "pessoalmente empenhado" pelo êxito da reunião de Copenhague e tem conversado com líderes mundiais frequentemente sobre o tema. O embaixador disse, no entanto, não saber se Lula comparecerá pessoalmente ao encontro.

A delegação brasileira na capital dinamarquesa deve ser chefiada por Dilma, num momento em que a pré-candidata do PT à sucessão presidencial busca aumentar sua visibilidade de olho no pleito do ano que vem.
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