O piso salarial nacional para os técnicos industriais, químicos e agrícolas deverá ser fixado em R$ 1.940. Para isso, o Projeto de Lei 2.861/08, aprovado nesta quarta-feira na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara, precisa ainda passar pela Comissão de Constituição e Justiça e depois nos plenários da Câmara e do Senado. A proposta é de autoria do deputado Roberto Santiago (PV-SP).

Além de agentes de saúde, bombeiros e policiais militares, os técnicos também se mobilizaram em Brasília e nos estados para buscar a regulamentação de um salário-base. De acordo com o tesoureiro do Sindicato dos Técnicos Industriais do Mato Grosso, Marcelo Cestari, a bancada no Congresso entendeu a importância de se estabelecer um salário-base para esta categoria. "Os deputados Eliene Lima, Valtenir Pereira e Pedro Henry deram apoio integral à proposta", comentou.

Segundo ele, até então não existia a regulamentação para o estabelecimento de um salário mínimo nacional. "Quando ocorria alguma negociação com a classe patronal, não havia uma referência e cada Estado estabelecia um valor diferente do outro. Acabava prevalecendo um valor de mercado que nem sempre atende as nossas expectativas", salientou.

Cestari afirma que diversas categorias passaram a receber um piso salarial depois de terem projetos de lei aprovados na Câmara dos Deputados. Engenheiros e agrônomos têm um piso de R$ 3.952. Aos advogados são pagos R$ 7,4 mil. Médicos não podem receber menos do que R$ 7 mil. Enfermeiros ganham ao menos R$ 4.650. Já os técnicos de enfermagem devem ter salário mínimo de R$ 3.192.

O piso salarial dos técnicos, se fixado em 1.940 reais, representará 49% da remuneração recebida pelos profissionais de graduação na área industrial, química e agropecuária. "É uma questão de justiça com a nossa categoria, que tanto contribui para o desenvolvimento do país", ressaltou.