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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Ala do PMDB vai lançar informalmente nome de Requião à Presidência

Na tentativa de buscar apoio à tese da candidatura própria do PMDB à Presidência da República em 2010, um grupo de peemedebistas se reúne amanhã em Curitiba para mostrar a disposição do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), de disputar o Palácio do Planalto. O grupo pretende lançar informalmente o nome de Requião como pré-candidato do PMDB para tentar buscar apoio à candidatura própria do partido --tese descartada pela cúpula da legenda.


O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse nesta sexta-feira que o objetivo do grupo é mostrar para a cúpula do PMDB que parte da legenda é favorável à candidatura própria. "Se fala em vários nomes para a nossa candidatura, mas fica nisso. Fica o governo dizendo que o PMDB não tem um nome de expressão, por isso temos que apresentar um nome para a candidatura própria do PMDB", disse.

A cúpula do PMDB firmou pré-acordo com o PT para disputar a vice-presidência na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Apesar de alguns peemedebistas discordarem da aliança, o presidente licenciado da legenda, Michel Temer (PMDB-SP), dá como certo o embarque na candidatura petista.

Simon disse que o objetivo do grupo é conquistar apoio à candidatura própria depois que Requião formalizar a sua disposição em disputar o Palácio do Planalto. Segundo o senador, Requião vai lançar o seu nome durante a reunião do grupo favorável à candidatura própria.

"O [senador] Jarbas Vasconcelos apoia o Serra, o Orestes Quércia [ex-governador de SP] apoia o Serra. Eles acham que não têm chance de candidatura própria. Amanhã, se pode aceitar a tese da candidatura própria e veremos como ficam essas pessoas", afirmou Simon.

O senador disse que uma eventual candidatura de Requião não seria de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que os dois são amigos pessoais. "O Requião é amigo do Lula, a campanha dele não é anti-Lula. Na verdade, não é Lula nem anti-Lula. É para mostrar que o PMDB tem condições de montar um programa", disse Simon.

Divisão

Atualmente, o PMDB é dividido em três grupos. O primeiro é favorável à aliança com Dilma, liderado por Temer. O segundo, que tem à frente Quércia e Jarbas, defende a aliança com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), numa ruptura direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda existe a terceira ala da legenda que defende a candidatura própria.

O grupo pró-Serra aposta na queda de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, o que poderia rachar a legenda em 2010 em diversos Estados. O PT e o PMDB enfrentam problemas em algumas localidades para selar a aliança --como na Bahia, onde o ministro peemedebista Geddel Vieira (Integração Nacional) quer disputar o governo contra o petista Jaques Wagner, atual governador.

O grupo pró-Dilma, por outro lado, diz ter apoio suficiente dentro do partido para avalizar a chapa com a petista. Temer é cotado para disputar a vice-presidência na chapa da ministra.

Já o grupo favorável à candidatura própria espera que, com a disposição de Requião de disputar o Palácio do Planalto, o partido caminhe para ampliar as discussões sobre a possibilidade de ter um peemedebista na corrida presidencial.

Diante das resistências internas, PMDB e PT decidiram criar uma comissão integrada por dez petistas e dez peemedebistas para discutir, em vários encontros, possíveis soluções para os impasses estaduais à aliança nacional entre as duas legendas.

A comissão, no entanto, é formada apenas por peemedebistas que apoiam a candidatura de Dilma. O grupo pró-Serra acabou isolado dentro da legenda, tentando nos bastidores minar o pré-acordo firmado entre o PT e o PMDB.
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