Centenas de manifestantes pró e contra o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejade, ocuparam a frente do Palácio Itamaraty, local onde será recebido pelo presidente Luiz Lula Inácio da Silva (PT), para assinatura de acordo comerciais com o Brasil. O protesto foi reprimido com cavalos e tropa de choque. Um esquema forte de segurança foi armado com cerca de 300 policiais soltando bomba para afastar a multidão.

Manifestantes contrários ao presidente denunciam a violação dos direitos humanos naquele país. Com faixas e cartazes defendem a liberdade sexual, condenam o enforcamento de mulheres e crianças e repreensões a outros segmentos religiosos. Um dos grupos mais perseguidos no Irã é o Bahá'ís, criado no século XIX e perseguido desde 1979 com o advento da revolução islâmica.

Segundo representante dos Bahá'ís no Brasil, Iradj Eghrari, o atual regime iraniano executou 250 líderes Bahá'ís e detém outros sete presos. “Os Bahá'ís não têm direito a defesa, nem educação, aposentadoria, empregos públicos, ou abrir o próprio negócio. Ao invés de negociar comércio exterior com Irã, o Brasil precisa negociar direitos humanos”, afirmou.

A manifestação contou com a participação de brasileiros. O funcionário publico Marcos Tenório acredita que o Irã tem direito a desenvolver tecnologia para produção de armamento nuclear. Questionado sobre a violação dos direitos humanos no Irã, ele explicou que o problema ocorre pela parte do Estado de Israel que não reconhece a Palestina e promove um verdadeiro genocídio.

O presidente do Irã chegou ao Palácio do Itamaraty por volta de 11h50 e deve almoçar com Lula. Há intenção de investimento no estado de Mato Grosso devido o potencial de crescimento do estado.