O Brasil não venderá terras para estrangeiros. A garantia foi dada pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Ele participou da assinatura de acordos comerciais entre o Brasil e o Irã, nesta segunda-feira (23).

De acordo com Stephanes, não faz parte da política brasileira a cessão de terras à estrangeiros para a exploração de terras agricultáveis. Ele sugere que o país islâmico estimule o desenvolvimento de uma estrutura voltada para a estocagem de grãos. "O ideal é que o Irã tenha capacidade de estocagem e adquira nossos produtos, como soja, milho e açúcar", afirmou.

O ministro descartou também a realização de acordos "casados", ou seja, que envolvam a troca de mercadorias entre as duas Nações. "Não haverá trocas. São acordos comerciais. O Brasil domina uma série de tecnologías na área agrícola que interessam a eles, enquanto o Irã tem conhecimento em energia e bioquímica", salientou.

Um dos acordos assinados entre Lula e Ahmadinejad prevê cooperação técnica da Empresa Brasileira de Pesquidsa Agropecuária (Embrapa) com o órgão de pesquisa agrícola iraniano. "Os iranianos têm interesse específico em conhecer a nossa tecnologia de plantio no semi-árido brasileiro para que ele possam desenvolver a agricultura em seu país", ressaltou.

A visita do presidente do Irã provocou manifestações contrárias e também favoráveis em Brasília. Ahmadinejad recebeu aplausos de um grupo que condena o genocídio provocado por Israel no Oriente Médio. A maior parte dos manifestantes denunciaram a violação de direitos humanos naquele país.