O governador de São Paulo e presidenciável tucano, José Serra, comentou nesta terça-feira a disposição do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) em disputar o Planalto em 2010 e a recente declaração do socialista de que se o candidato do PSDB for o governador de Minas, Aécio Neves, sua candidatura não será mais necessária.

"Acho que não tem nada a ver. Primeiro que nem candidato ele é. Ele [Ciro] não vai fazer nada que o [presidente] Lula não queira. Isso é jogo político e não tem consequência nenhuma, é inexistente", disse Serra em entrevista à rádio Jovem Pan.

O tucano também falou sobre a proximidade entre Ciro e Aécio e a recente aparição dos dois juntos em Minas. "Aécio é o governador de Minas, tem liberdade de encontrar quem desejar, mas é importante dizer que a gente está junto, vamos estar unidos [em 2010], e vamos à batalha no ano que vem somando forças. Mas não vou analisar se ele deveria encontrar A, B ou C."

Serra ainda criticou o que chamou de "afobação" e antecipação do debate eleitoral. "Campanha só começa em junho do ano que vem. É importante a gente se dedicar agora à eleição passada, no meu caso a de governador."

Congresso

Ao ser questionado sobre a denúncia publicada hoje pela Folha de que ao menos sete parlamentares usaram recursos da Câmara dos Deputados para custear gastos em campanhas eleitorais de 2008, Serra disse que a população precisa escolhar melhor os políticos brasileiros.

"A população tem que escolha melhor, todos no Congresso foram eleitos, o voto é livre no Brasil, temos liberdade de escolha, de campanha."

Segundo ele, o eleitor precisa ir atrás do currículo do candidato. "Precisa insistir no currículo do candidato, no que fizeram, nos projetos, nas ideias para o Brasil. Além disso, precisa de transparência, conhecimento e, nisso, o papel da imprensa é indispensável. A transparência é a grande arma."