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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Meirelles rebate críticas e diz que sempre se preocupou com o social

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que sempre falou sobre desigualdade de renda e questões sociais, apesar de "algumas pessoas" afirmarem que só agora o BC fala sobre esses temas.


"Eu sempre falei, porque é muito importante, num país como o Brasil, mencionar que a estabilidade econômica não é apenas um índice financeiro. A estabilidade tem efeitos econômicos tangíveis para a população, como a criação de emprego", afirmou durante evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para empresários da indústria da construção.

A declaração da autoridade monetária pode ser interpretada como uma resposta ao ministro Guido Mantega (Fazenda), que na semana passada alfinetou Meirelles ao afirmar, durante evento de bancos, em São Paulo, que nunca tinha visto o presidente do BC falando tanto da questão social.

"Meirelles se adiantou e falou praticamente tudo o que eu queria falar. Está falando cada vez mais do social. Não sei se são os novos hábitos de banqueiro ou de político", afirmou Mantega na ocasião.

De acordo com o presidente do BC, no entanto, que se filiou ao PMDB no começo de outubro e pode se candidatar nas próximas eleições, em 2010, o assunto é recorrente. Antes de uma palestra em outro evento, dessa vez da FGV (Fundação Getulio Vargas) sobre risco-país, ele disse aos jornalistas presentes que, das 23 palestras proferidas por ele desde junho deste ano, a questão da desigualdade de renda foi abordada em 16 e, em 13, falou sobre indicadores sociais de uma forma geral.

Meirelles também negou que suas estatísticas em relação à frequência do tema em suas apresentações sejam uma resposta ao ministro Mantega, ressaltando que não há "ruído nenhum" entre eles. "Eu fiz esse esclarecimento aqui porque vocês [jornalistas] me perguntaram", disse. Durante a palestra, o presidente do BC voltou a tocar no assunto, dizendo que o dado é um dos analisados na avaliação de risco.

Nesta segunda-feira, na Fiesp, Meirelles reiterou a estabilidade como um dos pontos altos da política econômica do país. "A estabilidade aumenta os investimentos das empresas porque aumenta a previsibilidade", afirmou. "Estamos experimentando no Brasil o que chamo de dividendos da estabilidade."

Meirelles também citou em sua palestra números de pesquisa recente da FGV que indica que mais de 20 milhões de pessoas migraram para a classe média no Brasil no governo Lula, entre 2003 e 2008. "É muito importante que a sociedade brasileira entenda que isso é resultado direto de uma política econômica bem sucedida."
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