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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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PSDB deixa governo de Arruda e cobra respostas rápidas às denúncias

O PSDB decidiu nesta terça-feira deixar o governo do Distrito Federal depois das denúncias contra o governador José Roberto Arruda (DEM), acusado de participar de um suposto esquema de pagamento de propina a deputados da base aliada na Câmara Legislativa. Os tucanos cobram que o DEM ofereça respostas rápidas às denuncias para evitar danos na disputa presidencial de 2010.


O partido determinou que os dois secretários do PSDB no governo do DF entreguem os cargos. A medida também atinge os cerca de 100 tucanos que ocupam postos na administração de Arruda.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que os tucanos que não deixarem o governo do DF serão expulsos do partido. "Os que não saírem do governo não serão mais do PSDB. Os que saírem do governo e tiverem processos vão ser submetidos ao Conselho de Ética do partido", afirmou.

Guerra disse que a decisão do PSDB de desembarcar do governo Arruda foi tomada por unanimidade pela Executiva Nacional do partido. "O partido não terá mais representantes no atual governo de Brasília", disse.

O tucano, porém, evitou comentar as denúncias que envolvem o secretário de Obras do DF, Marcio Machado, suspeito de também integrar o esquema de propina no governo do DF. "Não cuidamos ainda do diretório de Brasília", afirmou.

Apesar de deixar o governo Arruda, a aliança nacional com o DEM está mantida. Guerra disse que PSDB e DEM estarão juntos em 2010 por considerar a crise no governo Arruda um "episódio local" e não nacional. O DEM deverá indicar o candidato a vice-presidente na chapa do PSDB.

"Não tem nada a ver com a aliança nacional com o DEM, que respeitamos. Sabemos que é um episódio local. Apenas tomamos uma decisão relacionada ao nosso papel", afirmou.

"O partido entende que os fatos são gravíssimos e exigem investigação com rigor. O DEM tem que ser afirmativo, não se deixando contaminar por este fato", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

DEM

A Executiva Nacional do DEM também se reúne hoje para discutir a crise no DF. O partido deve discutir a expulsão de Arruda. Dividido, parte do partido defende a expulsão imediata do governador. No entanto, membros da Executiva argumentam que Arruda deve ter prazo para se defender.

Hoje, a bancada do DEM no Senado decidiu levar à Executiva Nacional a proposta de conceder prazo para o governador se defender.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (DEM-RN), é favorável à expulsão imediata de Arruda, mas disse que vai levar à reunião a proposta de concessão do prazo de dez dias. "O líder interpreta o pensamento da bancada. Há consenso em relação à abertura de processo disciplinar, e que o prazo entre a abertura de processo e a votação do relatório final não ultrapasse dez dias", afirmou.

Favorável à expulsão imediata de Arruda, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que vai apresentar petição à Executiva sugerindo a expulsão imediata de Arruda --iniciativa que deve ser acompanhada por outros integrantes do partido.

A proposta de concessão de prazo para defesa ocorre um dia depois de Arruda fazer ameaças ao DEM. Ontem, Arruda se reuniu com a cúpula do DEM. Participantes da reunião relataram que o governador teria feito ameaças a integrantes da legenda. Arruda teria dito que se o DEM radicalizasse, ele iria radicalizar no futuro também --o que foi entendido como ameaça.
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