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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Deputado citado em esquema de corrupção no DF deixa presidência da CCJ

O deputado distrital Rogério Ulysses (PSB) entregou nesta terça-feira a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O parlamentar, que é citado no inquérito que investiga suposto pagamento de propina do governador José Roberto Arruda (DEM) para parlamentares na base aliada na Câmara local, também colocou à disposição a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico.


No comando da CCJ, Ulysses seria o responsável por conduzir os pedidos de impeachment contra o governador que foram protocolados hoje na Câmara Legislativa por dois advogados. Em nota, o distrital negou envolvimento com o esquema e disse que vai colaborar com as investigações

"Em primeiro lugar, desconheço e nada tenho a ver com as denúncias apresentadas até aqui. Não conheço nem nunca tive contato com o senhor Durval [ex-secretário de Relações Institucionais]. Não há nenhuma gravação onde eu apareça em qualquer circunstância. Lamentavelmente, tive meu nome citado uma vez em uma conversa por terceiros e em um contexto confuso do submundo da política local", disse.

Ulysses disse que se afastou da presidência da CCJ após consultar a cúpula de seu partido e para evitar constrangimentos. Ontem, o PSB anunciou a saída da base de apoio do governo Arruda e também entregou o comando da Emater (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário), que estava sendo ocupado por um integrante do partido, e também decidiu abrir processo no Conselho de Ética da legenda contra Ulysses, que é vice-presidente do Diretório do Distrito Federal.

Denúncias

A Folha teve acesso a vários DVDs, entre os quais um que mostra Arruda recebendo dinheiro. O vídeo foi feito pelo então presidente da Codeplan (empresa do DF), Durval Barbosa --que era, até sexta-feira (27), secretário de Relações Institucionais de Arruda.

O secretário de Ordem Pública do DF, Roberto Giffoni, nega que o dinheiro seja propina. Em nota, Arruda e o vice-governador do DF, Paulo Octavio, negaram qualquer envolvimento no suposto esquema de mensalão na Câmara Legislativa local.

O dinheiro recebido por Arruda, segundo Giffoni, seria uma contribuição legal de campanha eleitoral para a compra de panetones.

Barbosa usou escuta ambiental e câmera escondida para flagrar as supostas negociações de Arruda e outros integrantes do governo do Distrito Federal. Como ele responde a uma série de acusações na Justiça, aceitou realizar as gravações com equipamentos da Polícia Federal em troca do benefício da delação premiada.

De acordo com despacho do ministro Fernando Gonçalves, que preside o caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), uma das gravações de Barbosa mostraria Arruda oferecendo R$ 400 mil para a base aliada. Em outro trecho, Arruda teria ofertado outros R$ 200 mil para o mesmo destino --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.


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