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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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no dia da operação da PF

Arruda lançou edital para compra de 120 mil panetones

Um edital lançado pelo GDF (Governo do Distrito Federal) para compra de 120 mil panetones na última sexta-feira reforça a ideia de que o governador José Roberto Arruda (DEM) foi alertado da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga o suposto esquema de...

Um edital lançado pelo GDF (Governo do Distrito Federal) para compra de 120 mil panetones na última sexta-feira reforça a ideia de que o governador José Roberto Arruda (DEM) foi alertado da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga o suposto esquema de pagamento de propina para a base aliada.


A ação da PF, que chegou a vasculhar a residência oficial de Águas Claras, foi deflagrada no mesmo dia em que Secretaria de Planejamento de Arruda abriu a licitação 1291/09 para a compra dos panetones.

As inscrições para empresas interessadas em fornecer os panetones começaram na sexta e terminam no próximo dia 10, quando, em outra frente, também será julgado o processo de expulsão de Arruda dos quadros do DEM. No edital, o GDF determina que o panetone de ser do "tipo tradicional, com frutas cristalizadas e embalagem com 400 gramas".

Após ser flagrado em um vídeo gravado, em 2006, pelo ex-secretário Durval Barbosa --que colaborou com a PF e é apontado como o operador do esquema de corrupção-- recebendo R$ 50 mil, o governador justificou que o dinheiro foi arrecadado por empresários e políticos para a compra de panetones e brinquedos para ser distribuído a crianças carentes no Natal.

Em entrevista à Folha publicada nesta quarta-feira, Arruda reforçou a tese de que os recursos foram aplicados em ações sociais.

"Para mim, pessoalmente, ele deu o que aparece naquele vídeo que apareceu, que deve ser de dezembro de 2004 ou dezembro de 2005. Foi para as minhas campanhas sociais de final de ano que eu faço há dez anos. Virou piada, porque é panetone, mas no fundo é verdade mesmo. Eu entrego panetone nas creches, nos asilos, tudo isso. Essa [doação em dinheiro de Durval] foi a única que eu recebi pessoalmente. Mas na campanha ele foi para o comitê. Ajudou muito", disse.

Caixa de Pandora

A Folha teve acesso a vários DVDs, entre os quais um que mostra Arruda recebendo dinheiro. O vídeo foi feito pelo então presidente da Codeplan (empresa do DF), Durval Barbosa --que era, até sexta-feira (27), secretário de Relações Institucionais de Arruda.

Barbosa usou escuta ambiental e câmera escondida para flagrar as supostas negociações de Arruda e outros integrantes do governo do Distrito Federal. Como Barbosa responde a uma série de acusações na Justiça, aceitou realizar as gravações com equipamentos da Polícia Federal em troca do benefício da delação premiada.

De acordo com despacho do ministro Fernando Gonçalves, que preside o caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), uma das gravações de Barbosa mostraria Arruda oferecendo R$ 400 mil para a base aliada.

Em outro trecho, Arruda teria ofertado outros R$ 200 mil para o mesmo destino --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.
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