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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Líder do PMDB diz que acusações de recebimento de propina são incabíveis e despropositais

O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), classificou nesta quinta-feira de "incabíveis e despropositadas" as denúncias de que a cúpula do partido teria recebido propina no esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal.


Em nota, Alves disse que não mantém qualquer relação com Alcyr Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, e Durval Barbosa, ex-secretário do governo do Distrito Federal --que aparecem em um vídeo conversando sobre a suposta distribuição de dinheiro para Alves, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Tadeu Filipelli (PMDB-DF).

"Estou indignado e perplexo com o conteúdo dos diálogos inverídicos, levianos e caluniosos. Vou tomar todas as providências jurídicas visando à reparação e, inclusive, ingressei com a primeira queixa-crime, hoje, contra o responsável pela citação [Collaço]", disse.

O deputado afirmou que também vai ingressar com outras ações cíveis e criminais até a semana que vem contra Collaço. "São vídeos divulgados de forma apócrifa, contendo diálogos entre pessoas as quais não conheço e não tenho qualquer relação, além de desqualificadas", afirmou.

Assim como Alves, os demais peemedebistas citados na conversa também reagiram hoje às acusações de envolvimento no mensalão do DEM. Cunha e Filipelli ingressaram com queixa-crime contra Collaço, enquanto Temer disse que vai tomar providências semelhantes no caso.

"Hoje é um dia de frieza e de tomar providências concretas para revelar que não temos nenhum temor, mas nenhuma preocupação em relação a isso. Disse ontem a respeito da vilania desses atos e, por isso, digo a vocês que hoje, para revelar absoluto destemor, estou tomando providências judiciais", disse o presidente da Câmara.

Cunha, por sua vez, atribuiu ao ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) a responsabilidade pela divulgação do vídeo. "A minha suspeição é que seja uma vingança do Roriz pela sua saída do PMDB. Estou indignado com essa situação. Não conheço nenhuma dessas pessoas, nunca nem ouvi falar neles", disse o deputado.

Disputa eleitoral

A cúpula do PMDB atribui à disputa eleitoral de 2010 a divulgação dos nomes dos quatro deputados que supostamente teriam recebido recursos no esquema do mensalão do DEM. Como Temer é cotado para disputar a vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o partido acredita que há motivação política nas acusações.

"Pode ser. Sem colocar a questão da vice, mas como se fala nisso, é possível que seja isso", disse Temer.

O presidente da Câmara evitou culpar Roriz pelo episódio, mas nos bastidores vários peemedebistas responsabilizam o ex-governador pelo episódio. Os quatro deputados chancelaram a permanência de Filippelli no comando do PMDB-DF, forçando a saída de Roriz do partido em setembro. Roriz foi rifado com a aliança dos peemedebistas com o governador José Roberto Arruda (DEM), também acusado de envolvimento no mensalão.

A Folha teve acesso ao vídeo no qual Collaço fala sobre uma suposta propina paga aos caciques peemedebistas na Câmara. Na gravação, Barbosa diz que Arruda 'dava 1 milhão por mês para Filippelli". Collaço fala em outro valor e detalha a suposta partilha: 'É 800 pau [sic]. Quinhentos pro Filippelli, 100 para o Michel, 100 para Eduardo, 100 para Henrique Alves'.

O vídeo foi entregue à Polícia Federal, mas não há menção a gravação a nenhum dos peemedebistas citados. Deputados federais só são investigados com autorização do Supremo Tribunal Federal.


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