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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Simon cobra explicações do PMDB sobre suposto envolvimento no mensalão do DEM

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) encaminhou nesta quinta-feira uma carta à presidente interina do PMDB, Iris de Araujo, na qual pede que o partido se explique publicamente sobre a suspeita de que parte da cúpula da legenda teria recebido dinheiro do mensalão do DEM no Distrito Federal. Simon afirma, na carta, que o partido precisa dar uma "cabal satisfação" à sociedade para explicar o episódio.


"Precisamos distinguir entre os bons e os maus políticos, os homens públicos de bem e os homens publicamente envolvidos com o mal. Precisamos exaltar a boa política e execrar a política que virou caso de polícia. É o que espera o Brasil do PMDB. Confio nas suas providências", diz o senador.

Na carta, Simon afirma que não basta o presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), e os outros três deputados mencionados numa conversa como suspeitos de receber dinheiro do esquema de corrupção se explicarem sobre o episódio. "É preciso mais. O PMDB precisa dar uma cabal satisfação à opinião pública brasileira, cada vez mais perplexa com o que ouve e vê em imagens e palavras eloquentes pelo conteúdo e despudoradas pelo que mostram."

A Folha teve acesso a um vídeo que mostra Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, e Durval Barbosa, ex-secretário do governo do Distrito Federal, conversando sobre a suposta distribuição de dinheiro para Temer, para o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Tadeu Filipelli (PMDB-DF).

Todos negam que tenham recebido dinheiro do esquema e também afirmam que não conhecem Collaço nem Barbosa --que filmou uma série de conversas com integrantes do governo do Distrito Federal que estariam envolvidos no mensalão do DEM.

Na gravação, Barbosa diz que o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), "dava 1 milhão por mês para Filippelli". Collaço fala em outro valor e detalha a suposta partilha: "É 800 pau [sic]. Quinhentos pro Filippelli, 100 para o Michel, 100 para Eduardo, 100 para Henrique Alves".

O vídeo foi entregue à Polícia Federal, mas não há menção na gravação a nenhum dos peemedebistas citados. Deputados federais só são investigados com autorização do Supremo Tribunal Federal.

Castelo de Areia

Simon também menciona, na carta, a acusação de que Temer teria recebido dinheiro não-declarado à Justiça Eleitoral da construtora Camargo Corrêa. O presidente da Câmara nega as acusações e disse que não recebeu doações ilegais durante a campanha eleitoral de 1998.

"Temer e todos os companheiros do PMDB negam, enfaticamente, o envolvimento nestas operações escusas e anunciam processos na Justiça para contestar seus detratores. Mas só isso não basta", afirmou na carta.

A denúncia foi publicada portal iG com base em planilha encontrada pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia --que apura supostos crimes cometidos por diretores da Camargo Correa e doações feitas a partidos-- na casa de Pietro Francesco Giavina Bianchi, diretor da construtora. Temer disse que pode responsabilizar judicialmente os responsáveis por produzir o material, assim como aqueles que o reproduziram.
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