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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Anotações de executivo da Camargo Corrêa sugerem propinas

O relatório final da Polícia Federal sobre a Operação Castelo de Areia, que foi suspensa ontem pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), revela que as principais evidências de um suposto pagamento de propina por parte da Camargo Corrêa a políticos ou autoridades públicas partiram de arquivos pessoais e extremamente detalhados do diretor da empresa Pietro Francesco Giavina Bianchi, informa reportagem de Lilian Christofoletti e Fernando Barros de Mello, publicada nesta sexta-feira pela Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).


Segundo a reportagem, em dezenas de anotações manuscritas, digitalizadas e arquivadas em dois pendrives atribuídos a Bianchi, há informações sobre o andamento de obras públicas com o nome de autoridades públicas e valores em dólares e em reais.

Em alguns casos, o documento é seguido por comprovantes de transferência bancária internacional, os chamados "swifts", cujos valores eram similares ao do suposto pagamento, o que leva as autoridades brasileiras a acreditar num suposto acerto de contas no exterior.

A Folha informa que, para a Justiça, apenas os documentos digitalizados e apreendidos, sem uma comprovação efetiva da ocorrência de pagamentos, não configuram por si só prova contra as pessoas citadas.

O presidente do STJ, ministro Cesar Asfor Rocha, determinou ontem a suspensão imediata de todos os processos e inquéritos derivados da Operação Castelo de Areia, que investiga supostos crimes financeiros da construtora Camargo Corrêa.

Rocha acolheu em caráter provisório (liminar) os argumentos apresentados pelo advogado Celso Vilardi, que defende a empresa. Segundo Vilardi, a investigação começou ilegalmente com a quebra de sigilos telefônicos a partir de uma denúncia anônima.

Outro lado

Vilardi disse ontem que não vai se pronunciar sobre documentos da Operação Castelo de Areia porque o caso está sub judice no STJ.

"Tive acesso, depois de muito tempo e pela primeira vez, aos documentos apreendidos pela Polícia Federal. Porém, não quero desrespeitar a decisão do presidente do STJ que suspendeu todos os processos desse caso. Se essa decisão for confirmada pela 6ª Turma, toda a prova será considerada nula, sem nenhuma validade, ilegal", afirmou.
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