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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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PSB vai empurrar para março definição sobre candidatura de Ciro à Presidência

PSB vai tentar empurrar para março a definição sobre a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República. Apesar da pressão do Palácio do Planalto para que Ciro anuncie a saída da corrida presidencial nos próximos dias, integrantes do partido argumentam que a legenda tem autonomia para decidir o futuro da candidatura nos próximos meses.


O PT promete pressionar o PSB esta semana para que Ciro aceite disputar o governo de São Paulo, com o apoio dos petistas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem encontro marcado com o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos (PE), na quarta-feira em Pernambuco, do qual Ciro pode também participar --se encerrar as férias que tiveram início no final de 2009.

No PSB, porém, o clima é de não ceder às pressões do PT por nenhuma definição neste momento. "O nosso prazo é março. Essa pressão, a gente não sentiu. Não tem solicitação formal do PT. O PSB vai decidir no seu tempo", disse o líder do PSB na Câmara, deputado Rodrigo Rollemberg (DF).

O deputado, um dos articuladores da candidatura de Ciro, afirma que o partido deve avaliar com cautela qual o melhor caminho a seguir nas eleições presidenciais --se lança candidatura própria ou se apoia a pré-candidata do PT, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

"A prioridade da candidatura do Ciro é manter o projeto do presidente Lula. Temos a tese de que duas candidaturas [da base governista] é melhor do que uma. A opinião do presidente é importante para definir o melhor caminho a trilhar", afirmou Rollemberg.

No PMDB, que caminha para se tornar o principal aliado de Dilma nas eleições de outubro, o sentimento é de que a unificação da base aliada é fundamental para garantir a eleição da petista.

"O PSB tem legitimidade de lançar qualquer candidato, mas temos que unir a base governista. É uma posição interna do PSB. O deputado Ciro Gomes é importante em qualquer eleição, mas a decisão partidária será tomada pelo PSB", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Pressão

Reportagem da Folha publicada hoje afirma que, segundo petistas que participaram do encontro da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) no final de semana em São Roque (SP), Lula fará um último apelo para que Ciro deixe a corrida presidencial e aceite concorrer ao governo do Estado de São Paulo.

No âmbito nacional, a sigla do governador de Pernambuco se engajaria formalmente na campanha da ministra Dilma Rousseff. "Nosso próximo passo é garantir a unidade na eleição", afirmou o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra. O PSB integra a coalizão de partidos em torno da gestão Lula.

Em setembro do ano passado, Ciro transferiu seu domicílio eleitoral para a capital paulista, o que lhe dá o direito de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. O PT teme que se repita, no Brasil, o modelo das eleições chilenas --que resultaram na vitória da oposição depois que a base governista se rachou em duas candidaturas.

"Se há um exemplo que devemos tirar da eleição no Chile é o de que o governo não se divide em uma eleição. Em uma campanha, é claro que o candidato governista que está atrás tentará se diferenciar do governista que está na frente. Isso quase sempre se dá com ataques e, no segundo turno, torna-se mais difícil trazer de volta aquele eleitor que ficou para trás", afirmou Dutra.
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