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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Oposição minimiza pesquisa e diz que Dilma ataca com canhão e Serra usa estilingue

A oposição minimizou nesta segunda-feira o crescimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na corrida à Presidência da República frente ao pré-candidato do PSDB, governador José Serra (SP), de acordo com pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje.


DEM e PSDB argumentam que, enquanto a pré-candidata do PT faz "campanha eleitoral antecipada" ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-candidato oposicionista manteve uma postura discreta no Estado, sem eventos públicos para alavancar sua pré-candidatura.

"Enquanto o Serra está mergulhado nas enchentes de São Paulo, a Dilma está nos palanques do Brasil colada no Lula. A candidata do governo está em campanha, cavalgando na popularidade do presidente. E o candidato da oposição encontra dificuldades e não vai para o seu Estado", afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que a campanha é positiva para Serra porque mostra que o governador ficou estável, mesmo diante da "campanha antecipada" feita pela ministra. "O Serra deve estar soltando foguetes porque nem está com a sua campanha lançada e a Dilma está com o bloco na rua", afirmou o democrata.

Para Dias, Serra não tem necessidade de acelerar sua campanha ao Palácio do Planalto porque continua líder nas pesquisas de intenção de voto, apesar da recuperação de Dilma. "Não é inteligente acelerar a campanha para quem está na frente. Quem está atrás é que tem essa necessidade. A candidata chapa-branca está usando um canhão, enquanto o adversário, um estilingue", afirmou.

Apesar da aparente tranquilidade, nos bastidores o crescimento de Dilma acendeu o sinal de alerta entre tucanos e democratas. Interlocutores do partido reconhecem que Serra precisa anunciar a sua pré-candidatura para ganhar força na disputa, uma vez que Dilma já é considerada a candidata do presidente Lula perante a população.

O PSDB aposta, porém, que Dilma terá queda frente ao pré-candidato tucano depois que deixar o governo federal, em abril. Pela Legislação Eleitoral, Dilma e Serra terão que se desincompatibilizar dos cargos se quiserem disputar o Palácio do Planalto até o início de abril.

Dilma

O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), saiu em defesa da reação de Dilma ao afirmar que a população começa a perceber a importância da sua pré-candidatura no cenário nacional. "Quanto mais eles [oposição] estiverem com o sentimento de já ganhou, para nós é melhor. Pesquisa é resultado de momento, mas a Dilma está tendo evolução", afirmou.

Berzoini disse que o PT terá que ter "competência" para manter uma intensa agenda de campanha de Dilma depois que a ministra deixar o governo. "Os dois [Dilma e Serra] vão ser pré-candidatos livres para percorrer o país. Teremos que manter um agenda de pré-candidata sem ela poder fazer campanha ainda", afirmou.

Segundo a pesquisa, quando o nome de Ciro Gomes (PSB) aparece na disputa à Presidência da República, a ministra petista Dilma Rousseff encosta no tucano José Serra.

Neste cenário, Serra recebeu 33,2% das intenções de voto, seguido por Dilma, com 27,8%, e por Ciro, com 11,9%. Marina Silva (PV) aparece em quarto lugar, com 6,8% das intenções de votos. Os indecisos, brancos e nulos somam 20,4%.

Apesar do governador de São Paulo ainda aparecer em primeiro lugar em todos os cenários da pesquisa estimulada (com a lista de candidatos apresentada aos eleitores), a CNT/Sensus mostra também uma queda do tucano em relação à pré-candidata do PT. Dilma subiu seis pontos percentuais em relação à edição anterior da pesquisa, divulgada em novembro de 2009.
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