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Sábado, 20 de julho de 2024

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CPI da Corrupção convoca Arruda a dar explicações sobre irregularidades por escrito

A CPI da Corrupção convocou nesta quarta-feira o ex-governador do DF José Roberto Arruda (sem partido), acusado de ser o chefe do mensalão do DEM, para prestar depoimento por escrito.


A decisão de fazer os depoimentos à distância foi tomada após pressão de dois deputados aliados do ex-governador, que vetaram que Arruda e o ex-vice Paulo Octávio (sem partido) comparecessem à CPI.

"A ideia era fazer pelo menos sete oitivas presenciais, mas não houve acordo e a solução foi fazer o depoimento por escrito", explicou o relator da CPI da Câmara Legislativa do DF, deputado distrital Paulo Tadeu (PT).

No total, 41 depoimentos serão colhidos por escrito, incluindo a ex-primeira-dama do DF, Flávia Arruda. A proposta inicial era separar os depoimentos em dois grupos. Arruda e outras seis pessoas seriam ouvidas pessoalmente, sob o holofote da imprensa, e o resto responderia por escrito.

Além de Arruda, também seria ouvido no plenário da Câmara o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), favorito para eleição de outubro.

Mas, como a CPI só tem três dos cinco membros, nenhum requerimento é aprovado sem o crivo dos deputados Batista das Cooperativas (PRP) e Raimundo Ribeiro (PSDB), aliados de Arruda.

A justificativa para os depoimentos serem por escrito foi a falta de tempo para ouvir os acusados pessoalmente. "Se a oitiva por escrito não estiver a contento, não vamos abrir mão da presencial", disse o deputado Batista das Cooperativas.

Pelo acordo, a CPI terá dez dias para fazer as perguntas, e as 41 pessoas mais dez dias para responder. "É melhor ouvir por escrito do que não ter depoimento", justificou o relator Paulo Tadeu.

A CPI da Câmara foi criada em janeiro e até agora ouviu duas pessoas presencialmente e outros três envolvidos por escrito. Apenas uma empresária respondeu. Não bastassem as dificuldades para colher depoimentos, a CPI não consegue definir a própria composição.

Desde janeiro, foram dez membros e quatro presidentes na CPI. Nesta quarta-feira, mais um deputado deixou a CPI. Com a saída de Paulo Roriz (DEM), apenas três das cinco vagas estão preenchidas.

Para o relator, deputado Paulo Tadeu, as dificuldades da CPI corroboram com o pedido de intervenção federal proposta pela Procuradoria Geral da República.

"A incompetência da CPI é cristalina. Não tenho dúvida que essa falta de vontade dos deputados contribui com a intervenção", disse o relator da CPI da Corrupção.
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