A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) desmentiu em nota nesta sexta-feira (30) que esteja envolvida em denúncia de desvio de recursos públicos, conforme apontou ontem operação da Polícia Federal. A operação Gárgula II, deflagrada na quinta-feira (29), apontou indícios de irregularidades na execução de convênios entre prefeituras cearenses, o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e o órgão.

Na nota, a fundação afirma que, com base nas declarações da PF, "não é possível afirmar, ainda, que os recursos públicos desviados sejam oriundos especificamente da Funasa ou do Dnocs". O órgão também registra que "indícios de irregularidades na execução de convênios entre as prefeituras e a Funasa não significa [...] o envolvimento de servidores ou dirigentes da fundação nos atos ilícitos".

De acordo com a fundação, durante a operação, foram presas seis pessoas, nenhuma delas ligada ou pertencente à Funasa.

Operações

Com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Estadual, a operação é continuidade das Operações Gárgula, de dezembro de 2008, e Província, realizada no mês passado. Segundo a CGU, há envolvimento de empresas em a fraudes em licitações, obras inacabadas, serviços pagos e não executados, sobrepreço e superfaturamento.

A primeira Operação Gárgula foi deflagrada em dezembro do ano passado, quando foram presas 15 pessoas suspeitas de fazer parte de uma quadrilha especializada em desvio de verbas públicas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

As investigações tiveram início em 2008. Segundo a PF, foi constatado o envolvimento de empresas e escritórios em esquemas de desvio de verbas públicas federais repassadas através da Caixa Econômica Federal a prefeituras do Ceará. Cerca de R$ 300 mil foram desviados para benefício dos membros da quadrilha.