O delegado Pietrantonio Minichillo de Araújo, titular do 73º DP, no Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, disse na tarde desta quinta-feira (20) que a jovem de 21 anos presa após jogar a filha recém-nascida na lata do lixo não parecia estar arrependida. “Ela não aparentava arrependimento porque a gravidez era indesejada; não queria a criança, escondeu da família até o nascimento dela”, disse o delegado ao G1.

O parto ocorreu no banheiro do açougue onde a mulher trabalhava, no Jaçanã, no horário do expediente – por volta de 13h desta quarta (19). “Ela começou a sentir as contrações. Então, levou uma mochila e um saco plástico para o banheiro”, relatou Araújo, acrescentando que os policiais encontraram o local tomado por sangue. Foi nesta sacola que a garota colocou a recém-nascida.

A jovem, que já tem um filho de dois anos e meio, foi autuada por ocultação de cadáver, mas a situação dela pode se complicar. O delegado explicou que a polícia pode indiciá-la por homicídio doloso (quando há intenção de matar) ou infanticídio, se ficar comprovado que a criança foi assassinada porque a mãe estava psicologicamente abalada após o parto.

“A criança deve ter caído na privada. Os exames vão indicar se ela nasceu com vida”, afirmou o delegado, que aguarda o laudo do Instituto Médico-Legal feito no bebê. De acordo com ele, a partir do resultado da perícia, a polícia saberá em qual outro crime enquadrar a jovem, que foi encaminhada para o presídio feminino em Santana, na Zona Norte.

Araújo relatou que, em depoimento, a mãe da recém-nascida alegou a criança já nasceu morta. Como não parava de sangrar após dar à luz, a jovem procurou um posto médico a pedido de seu chefe, que desconfiou do sangue no corpo da mulher. Ela foi então ao AMA Jardim Joamar, na mesma região, onde acabou indicando o local da lata de lixo.