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Sábado, 20 de julho de 2024

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Com viagens pelo RS, Tarso e Fogaça têm estratégias parecidas

Preferidos nas intenções de voto dos gaúchos, os pré-candidatos do PT (Tarso Genro) e do PMDB (José Fogaça) ao governo do Rio Grande do Sul adotam estratégia semelhante para intensificar o corpo-a-corpo com os eleitores sem serem acusados de campanha antecipada no período que antecede as convenções partidárias. Ambos percorrem o Estado em viagens cujos roteiros são dignos de campanha sob a justificativa de que colhem subsídios para seus planos de governo.


A estratégia é clara, apesar de as coordenações de campanha insistirem em que as viagens têm como principal objetivo ouvir as reivindicações de cada região e avaliar como elas podem ser incluídas nos programas de governo. Genro e Fogaça têm forte presença em Porto Alegre, onde foram prefeitos. Genro, porém, passou os últimos sete anos em Brasília, como ministro do governo Lula, afastado do interior do Rio Grande do Sul, e o PT está à frente de apenas 61 das 496 prefeituras no Estado. Fogaça, que em 2001 migrou do PMDB para o PPS, em 2004 elegeu-se pelo PPS prefeito de Porto Alegre e em 2007 voltou ao PMDB para disputar a reeleição (que venceu), precisava consolidar sua vinculação com o partido (e suas 142 prefeituras) no interior.

Além disso, é com obras realizadas em cidades do interior e a regularidade de repasses feitos pelo governo estadual às prefeituras que o PSDB conta para alavancar a tentativa de reeleição da governadora Yeda Crusius. Yeda aparece em terceiro lugar nas pesquisas, e distante dos dois primeiros colocados, mas lideranças do PMDB e do PT acreditam que ela possa crescer a partir da combinação de obras e repasses com a aliança fechada com o PP (que tem diretórios em todos os municípios gaúchos e administra 149 prefeituras).

Roteiro de viagens
Entre os dois pré-candidatos, quem inaugurou a prática foi o petista Tarso Genro. Em 9 de março ele deu início às Caravanas do PT (Para Ouvir o Rio Grande). Nem o nome e nem a ideia são novos. Em São Paulo, sob o mesmo título, são feitas plenárias regionais para que os militantes opinem sobre a elaboração do programa de governo. No Piauí, em janeiro, os roteiros montados por petistas para comemorar os 30 anos de partido e empossar diretórios municipais receberam o mesmo nome.

José Fogaça, pré-candidato do PMDB, começou as viagens um mês depois, em 16 de abril, e escolheu "a dedo" o roteiro: aliado ao PDT na eleição estadual, o PMDB queria ver minguarem as especulações de que parte das bases e dos prefeitos pedetistas preferiam o candidato petista. Por isso, a primeira viagem de Fogaça foi a São Borja, cidade que no Estado é apontada como o berço do trabalhismo e onde a prefeitura é administrada por Mariovane Reis, um dos prefeitos pedetistas que se mostravam resistentes à coligação com o PMDB.

Agora Genro está no sétimo roteiro. Conforme as estimativas da coordenação de campanha, o petista esteve em 59 cidades que são pólos regionais. Ainda fará mais duas incursões pelo interior do Estado ¿ nas regiões Centro e Campanha ¿ antes da convenção estadual do partido, em 26 de junho. Intercala as viagens com agendas em cidades da região Metropolitana de Porto Alegre. Quando a convenção chegar, terá percorrido todas as regiões do Estado.

Com Fogaça, a situação se repete: o pré-candidato já esteve em 50 cidades. Para fechar o mapa por regiões faltam apenas os roteiros por Frederico Westphalen, Fronteira Oeste e Sudoeste. Na convenção estadual do PMDB, em 20 de junho, todas as regiões do Estado também terão sido "cobertas". Da mesma forma que o adversário petista, o peemedebista passou, a partir deste final de semana, a intercalar viagens ao interior com eventos na grande Porto Alegre. A capital abriga 13% do eleitorado do Rio Grande do Sul.
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