O ex-secretário nacional de Direitos Humanos do presidente Lula, Nilmário Miranda (PT), entrou discretamente na briga entre seu partido e o PMDB pela escolha do candidato ao governo de Minas Gerais. No seu blog, Nilmário disse que é "contrário às ameaças de intervenção do PT Nacional em Minas". O risco de uma decisão "de cima para baixo" pelas mãos da cúpula nacional do PMDB e do PT é cada vez maior, já que os petistas em Minas, há semanas, vêm tensionando e não abrem mão da vaga na cabeça de chapa para o senador Hélio Costa (PMDB).

Para Nilmário, ligado ao grupo do ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, "deve valer o combinado entre os dois pré-candidatos Costa e Fernando Pimentel; entre os dois presidentes estaduais dos partidos, Reginaldo Lopes e Antônio Andrade, entre os dois presidentes nacionais, José Eduardo Dutra e Michel Temer". Para o ex-secretário, o combinado foi justamente a elaboração das pesquisas contratadas pelos dois partidos, divulgadas nos últimos dois dias, e que dão empate técnico entre Costa e Pimentel em cenários diferentes.

PSDB cresce
Nilmário chamou atenção para um fato que os dois principais partidos aliados do presidente Lula em Minas até então estavam colocando em segundo plano. Trata-se do crescimento nas pesquisas do governador Antonio Anastasia (PSDB), apoiado pelo ex-governador Aécio Neves, que tenta transferir sua aprovação de cerca de 80% para o candidato. "O PT-MG precisa conversar muito com a direção nacional e com o PMDB. A pesquisa revela um crescimento ainda que pequeno, mas constante de Anastasia".

O presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, admite reconhecer o "risco Anastasia", principalmente pelo fato dele ser apoiado por um político "muito popular em Minas". Por este motivo, ele afirma que o concorrente que for enfrentar o tucano tem que ter potencial e margem de crescimento entre o eleitorado. Na opinião de Lopes, esse nome é do petista Fernando Pimentel.