No Brasil, de cada dez celulares, oito são pré pagos. Quase todo mundo que usa esse tipo de telefone tem a mesma dúvida: afinal, por que os créditos acabam mesmo quando há saldo na conta?

"Ao comprar um crédito no valor de R$ 12 para ser usado fora de Belo Horizonte eu tive a surpresa de com 30 dias não ter mais esse crédito, sendo que eu utilizei apenas R$ 2,50".

Não foi bem um sumiço. As ligações foram bloqueadas porque os créditos perderam a validade. Para reativá-los é preciso fazer uma recarga. Funciona assim: se a pessoa tinha R$ 10 bloqueados, fez uma recarga de R$ 20, o saldo passa a ser de R$ 30 e o prazo de validade é o da nova recarga.

As operadoras de telefonia celular são obrigadas a oferecer duas opções de validade para os créditos do pré-pago: de 90 e 180 dias, mas a Anatel permite que as empresas vendam recargas com prazos diferentes. Aí, quanto menor o valor do cartão, mais curto o prazo pra gastar esses créditos.

A preocupação da administradora de empresas, Sandra Costa de Faria é outra. Os créditos dela sempre terminam antes da data limite e ela não sabe como conferir o custo das ligações.

"Se eu tivesse esse detalhamento eu poderia até mesmo estar me policiando um pouco mais". De acordo com o Procon, o usuário do pré-pago tem direito ao detalhamento da conta uma vez por mês, de graça.

Pelas regras da Anatel a operadora é obrigada a informar o saldo ao cliente, e também não pode cobrar por esse serviço.

A operadora deve comunicar, com antecedência, a data em que os créditos vão vencer. Se nenhuma recarga for feita depois de 90 dias dessa data, a empresa pode rescindir o contrato e cancelar a linha do cliente.

"O grande impasse talvez seja a informação e isto a Anatel atua de forma que as empresas informem aos usuários corretamente o prazo de validade do cartão que ele está adquirindo", explica o gerente de regulamentação de serviços móveis da Anatel, Bruno Ramos.