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Domingo, 21 de julho de 2024

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Emboscada a Eliza foi tramada meses antes

Na noite de 9 de junho, após permanecer cinco dias sofrendo agressões em um quarto no sítio do ex-goleiro do Flamengo Bruno Souza, em Esmeraldas, Minas Gerais, Eliza Samudio, 25 anos, foi colocada em um carro. Segundo os depoimentos colhidos pela polícia, no veículo, o jogador explicou que, depois de todo sofrimento, a jovem iria para um apartamento em Belo Horizonte, onde poderia viver com o filho Bruninho, de 5 meses, que receberia o sobrenome do jogador. A investigação indica que esse teria sido o último lance da emboscada, armada desde abril, para atrair Eliza para a morte: o caminho para o novo lar, na verdade, foi em direção à casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Neném, onde a jovem foi estrangulada e esquartejada.


Na tentativa de reconquistar a confiança da moça, Bruno ofereceu até um berço para o bebê. “O primeiro contato mais suave foi em meados de abril... Ele ligou dizendo que estava querendo ficar numa boa, e que só queria o endereço de onde ela estava para mandar um berço para a criança”, afirma T., amiga que recebeu Eliza para um período em Santos, no litoral paulista. “Falei que ela não ia aceitar nada e que o berço eu já tinha dado”.

Segundo outros relatos das amigas mais próximas — inclusive de V. e de sua mãe, a enfermeira X., que abrigaram Eliza em sua casa, em São Paulo, durante os últimos meses da gravidez — Bruno usou várias táticas em sua armadilha. Se antes ele ligava xingando Eliza, com o passar do tempo foi mudando o jeito de tratá-la.

PENSÃO EXTRAOFICIAL PARA ATRAIR VÍTIMA

Eliza começou a cair na arapuca quando Bruno passou a mandar uma ‘pensão’ extraoficial: R$ 1 mil foram depositados no fim de abril. No mês seguinte, ele convenceu Eliza a passar temporada no Rio. Ela desembarcou no Aeroporto Santos Dumont com o neném a tiracolo no dia 9 de maio. Passou os primeiros dias na casa da tia de uma amiga e, enfim, aceitou a oferta de Bruno: ir para o Hotel Transamerica. O passo seguinte do plano, segundo as investigações, foi abrir uma conta bancária na mesma agência do goleiro, em que ele depositou mais R$ 1 mil.

Numa tarde depois de um treino, ele foi pessoalmente ao quarto dela para ver a criança. “Ela me ligou toda feliz dizendo que Bruno tinha ido lá e ficado meia hora brincando com o Bruninho direto”, afirma M., uma amiga que dividiu uma casa com Eliza no Rio.

“Tudo isso fazia parte do plano de vingança dele. Não foi apenas porque ele não queria assumir a paternidade”, afirma o delegado Edson Moreira, diretor do Departamento de Investigacoes de Homicídios de Minas Gerais.

Enquanto vivia uma relação sólida com a nova namorada, a dentista Ingrid Calheiros, a quem presentou com carros, joias e até anéis de compromisso, o goleiro seguia firme seu plano. Para isso, precisou de uma nova parceira, uma outra amante identificada pela polícia como Fernanda.

Luiz Henrique Romão, o Macarrão, passou a visitar Eliza, até o bote final, na noite do dia 4, quando ela foi sequestrada no hotel. Dali foi levada, talvez já ferida por coronhadas, para uma casa no Recreio, onde Fernanda estava. Bruno, teoricamente, estava por fora. Afinal, estava concentrado para enfrentar o Goiás no dia seguinte, no Macaranã. Por conta do jogo a viagem do grupo, com Eliza rendida, só aconteceu duas noites depois.

Curiosamente, em dois carros, entre eles BMW pega emprestada por Bruno em concessionária só para viajar para Minas Gerais. A justificativa do goleiro era fazer um test-drive. Na verdade, ele já havia tentado em outra agência um Ford Fusion blindado, mas acabou não conseguindo. Dia 7, Macarrão voltou ao Rio na BMW para devolvê-la. O carro levou 3 multas por excesso de velocidade. E Eliza já estaria sob tortura no Sítio Esmeraldas.

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