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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Educação

IFMT Campus Cáceres qualifica monitores de telecentros comunitários de mais de 30 municípios

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, IFMT, Campus Cáceres, desenvolve cursos de treinamento para monitores de telecentros comunitários de trinta e três municípios matogrossenses. Na última semana, a terceira etapa do curso, ministrado pelo servidor do Campus, Wellington Fabrício Martins, reuniu monitores e multiplicadores dos municípios de Cáceres, Novo Mundo, Nova Ubiratã, Cocalinho, Paranaita, Porto Estrela e Denise. Em pontos distantes da grande extensão geográfica do Estado de Mato Grosso esses municípios acolhem povos de realidades culturais distintas e situações diferentes de acesso ao universo da rede mundial de computadores. Em Cocalinho, município situado no Médio Araguaia, nordeste de Mato Grosso com população de 6.103 habitantes, a internet ainda é uma ferramenta restrita. “Poucas residências têm acesso a internet. O telecentro vai atender toda a comunidade. O pessoal está com muita expectativa, conta Gisele Scopel de Moraes monitora do telecentro comunitário no município. Após o treinamento, Gisele retorna à comunidade entusiasmada. “ Hoje o telecentro funciona apenas para cursos de informática básica, agora além da abertura de acesso a internet a toda população, aos alunos da rede pública de ensino, nós temos projetos de inclusão digital para terceira idade e para beneficiários de programas sociais do governo federal no município”, afirma. A população de Nova Ubiratã, do Alto de Teles Pires, no norte matogrossense, também será contemplada com início das atividades do telecentro comunitário. A pedagoga Marissol Salvadori Steinmetz responsável pelo espaço planeja o trabalho de promoção de acesso gratuito a internet e o desenvolvimento de projetos interdisciplinares. “A partir do diagnóstico com a comunidade nos vamos identificar as áreas em que podemos utilizar essa ferramenta. Existe demandas de trabalharmos inicialmente, além de cursos online de formação em diversas áreas, projetos de educação ambiental”, explica Marissol. Controle social Desenvolvido pelo governo federal por meio do Ministério das Comunicações o telecentro comunitário é um programa de inclusão digital que tem como diretriz a participação da comunidade no controle das atividades. Tendo entre os objetivos o desenvolvimento social e econômico da comunidade, o aprimoramento da relação entre o cidadão e o poder público para a construção da cidadania digital e ativa, e a redução da exclusão social e digital, os telecentros devem ser organizados e geridos por Conselhos Gestores formados por membros da comunidade, poder público, corpo docente, associação de moradores e outros organismos da sociedade organizada. O modelo de gestão participativa deve ser instituído por lei municipal de acordo com os critérios estabelecidos pelo programa. O professor Luis Vieira de Sousa é presidente do Conselho Gestor do Telecentro Comunitário do município de Porto Estrela, situado no sudeste mato-grossense. Com população de pouco mais de 4 mil habitantes, o município tem no telecentro mais que uma ferramenta para a promoção do livre acesso a internet, é uma referência na oferta de serviços e no atendimento as demandas das escolas do campo. “A rede municipal de ensino utiliza o telecentro tanto para formação de professores como para atividades com alunos, e atende grande demanda das escolas da zona rural. Lá também é um espaço de serviços onde as pessoas fazem inscrição de concursos, monitoram contas e acessam documentos online”, explica Luis. O telecentro também é utilizado como ferramenta importante no processo educacional em Cáceres, município do Alto Pantanal mato-grossense. Catarina Dimas Silva Flores, diretora de uma escola municipal de ensino fundamental, conta que os alunos fazem cursos de informática pesquisam e acessam a internet em atividades acompanhadas pelos professores no telecentro. O espaço possibilita um elo da escola com os alunos egressos que também utilizam a ferramenta, inclusive como suporte para realizar inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio, Enem e concursos vestibulares. “ Hoje temos 600 alunos em nossa escola, e o percentual estimado dos que tem internet em casa é de apenas 1%, então o telecentro exerce aqui este papel de inclusão digital”, avalia. Em outro extremo do estado, no município de Novo Mundo, no norte mato-grossense, o programa de inclusão digital atende também, em maior escala, alunos e comunidades rurais. “Nós ofertamos curso de informática que atende 100 alunos. Também há um grande procura da população da zona rural. Cotidianamente atendemos pessoas de todas as idades”, afirma Sirlene da Silva Souto. Software livre Em todo o país, na distribuição de responsabilidades para a implantação de telecentros comunitários, a União por meio do Ministério das Comunicações disponibiliza kits de equipamentos de informática, audiovisual, mobiliário, sinal de internet, e o programa desenvolvido por meio de software livre na plataforma linux. Cabe as prefeituras disponibilizarem o recurso humano e o espaço físico para a instalação do telecentro. O Ministério da Educação tem a responsabilidade de promover o processo de capacitação por meio da rede federal de educação ciência e tecnologia. “A formação e o treinamento tem sido muito bem aplicável, aqui temos informações importantes para a organização do telecentro, como manusear a ferramenta e reforça a concepção do trabalho que deve ser realizado no município”, conta Paula Caroline Elias Araújo do município de Paranaita, na região da Amazônia Norte Matogrossense. Servidora de carreira da secretaria municipal de ensino Paula é uma multiplicadora e redistribuirá as informações adquiridas no treinamento para os monitores do telecentro que já funciona em seu município. O uso de softwares livres motiva Alberto Carreira estudante de computação e monitor do telecentro de Denise, município de 11 mil habitantes situado no sudoeste de Mato Grosso, a utilizar as ferramentas de tecnologias de informação e comunicação para promover cursos sobre sistema operacional Linux e outros softwares de plataforma aberta, além de estimular o uso da internet como ferramenta de aprendizado e de acesso a direitos da cidadania. “ Eu acredito que todo o serviço público deva migrar para o uso de software livre, é uma medida de contenção e controle dos gastos públicos”, afirma Alberto.
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