Olhar Direto

Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Distrito Federal consome 2 toneladas de

O Distrito Federal consome 2.000 kg de cocaína por ano. É o que mostra estimativa apresentada nesta sexta-feira (6) pela Polícia Federal, com base num projeto-piloto realizado neste ano com amostras de esgoto.


Para chegar ao número, peritos coletaram alguns litros de dejetos em seis estações de tratamento no DF durante quatro dias entre março e junho. Dessas amostras, foi separada a quantidade de Benzoilecgonina, uma substância expelida pela urina que o organismo humano produz apenas quando a pessoa consome cocaína.

Das regiões do DF pesquisadas, a cidade-satélite de Samambaia, a 25 km de Brasília, foi a que apresentou o consumo mais alto: estima-se que lá sejam usados 512 kg da droga em um ano. Isso equivale a 27 doses de cocaína por habitante de Samambaia no período considerado.

Em todo o Distrito Federal, a média é de 7 gramas por habitante. Uma dose equivale a 0,1 g de cocaína pura inalada.

Método

A estimativa da PF foi feita em parceria com a UnB (Universidade de Brasília) e a Unicamp (Universidade de Campinas), além da Caesb (Companhia de Saneamento do DF). Foi utilizado um aparelho chamado cromatógrafo, que mede a quantidade da Benzoilecgonina nas amostras.

Cada grama de cocaína consumida gera no organismo 4 gramas da substância. Os peritos e químicos fizeram as contas com base na quantidade total de esgoto produzida por ano e na quantidade de habitantes para chegar aos resultados.

O equipamento também consegue separar a quantidade de cocaína pura no esgoto. Com esse dado, os peritos conseguem mapear onde estão localizados laboratórios de refino da cocaína. Isso porque, após a produção, os instrumentos utilizados (como colheres, balanças, tubos, bacias) são lavados e os restos impregnados neles vão para o ralo.

No Brasil, foi a primeira experiência do tipo, iniciada há cerca de 6 anos na Itália. Segundo o perito federal Adriano Maldaner, que participou do projeto-piloto na capital, denominado Quantox, a ideia é levar o projeto para outras cidades do País.

- A técnica não é um segredo. Vamos montar essa política ainda, discutir com a nossa direção para expandir.

Os dados colhidos podem chegar até as regiões conforme o atendimento dos bairros por cada estação de esgoto. Por isso, diz Maldaner, as informações podem ser usadas não apenas em operações de combate ao tráfico:

- Digamos que uma determinada cidade tem um programa para redução de uso de crack. Aquilo está funcionando? Um posto de saúde [para prevenção e tratamento de dependentes] em determinada região trouxe benefícios?

Segundo Fernando Sodré, pesquisador da UnB que participou do projeto, várias universidades brasileiras já contam com o equipamento para medição, que é comum nos laboratórios. O custo varia de US$ 100 mil a US$ 300 mil.

- O nosso grande desafio agora é desenvolver métodos analíticos para abranger outras drogas ilícitas.

Na Europa, já é possível detectar o consumo de maconha, ecstasy e heroína.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet