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Domingo, 21 de julho de 2024

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Campanha de Marina se divide em várias frentes para arrecadar

Apesar de sonhar com "muitos que possam doar pouco, em vez de poucos que doam muito" - como costuma se referir a doadores de campanha -, a candidata à presidência da República Marina Silva (PV) ainda está longe de inverter a lógica tradicional das campanhas eleitorais e ter um desempenho à la Barack Obama, que alavancou pequenas mas numerosas doações pela internet.


Com o foco voltado a grandes doadores e tendo arrecadado R$ 4,5 milhões dos R$ 90 milhões que planeja gastar na corrida eleitoral, a campanha de Marina tem atuado em três frentes para levantar recursos para a candidata verde. A primeira diz respeito à captação individual, via internet ou durante eventos. "A ideia é permitir que o cidadão interessado possa contribuir para nosso projeto. Há um público potencial mais amplo, que pode contribuir com pequenas somas", explica o coordenador de campanha João Paulo Capobianco.

Ele conta ainda que há outras duas equipes para cuidar de médias e grandes doações. "O setor atua com pessoas físicas e jurídicas, com exceção de indústrias ligadas ao petróleo, tabaco e armas", acrescenta. Para ele, são amigos da sustentabilidade e empresários dos quais Marina tem se aproximado, como em recente almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro, no encontro na Associação Comercial de Santos, no mês passado, ou mesmo em evento da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, na semana passada.

Ex-secretário do Meio Ambiente quando Marina esteve à frente da pasta, Capobianco avalia ainda que o segmento de artistas e intelectuais tem afinidade com a candidatura da senadora e, por isso, acaba se aproximando naturalmente. É o caso do teólogo Leonardo Boff, o jurista e ex-vice de Marta Suplicy Hélio Bicudo, e artistas como Gilberto Gil, Tom Zé, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Arnaldo Antunes e o cantor Fagner.

A campanha verde tem o vice Guilherme Leal como peça-chave para atrair doações de empresários. Incumbido de atrair simpatizantes em seu métier, Leal é até agora o maior doador individual da candidata, mas não quer ficar no papel de eterno provedor. Uma de suas principais funções vem sendo a de atuar para aproximar a candidata de mecenas que não enxergam Marina como ameaça aos modos de produção e desenvolvimento.

Para isso, ele mesmo tem feito visitas e participado de almoços ou encontros mais formais. Entre os nome próximos de Leal estão Roberto Klabin, do conselho de administração da Klabin Papel e Celulose, e Alvaro de Souza, ex-presidente do Citibank, que ajuda na arrecadação ao lado do vice. Na lista de colaboradores estão ainda empreiteiras de médio e grande porte, instituições financeiras, empresas da área de cosméticos e outras de papel e celulose.

"Tenho falado com pessoas, basicamente, compartilhando o valor de discutir o país dos sonhos. (...) Cruzei com muita gente nesses últimos 20 anos e conheço muitos que respeito e por quem sou respeitado. E estou disposto a colocar recursos, mas depende mais do meu limite ético do que qualquer outra coisa", contou o vice.

Internet
Apesar do valor arrecadado neste início de campanha oficial estar aquém do almejado, Capobianco lembrou que o primeiro mês é, tradicionalmente, o mais difícil. "A oficialização, homologação, liberação do CNPJ e preparação de recibo envolvem um processo burocrático que demora. Mas há uma perspectiva boa, pois temos várias sinalizações de recursos que entrarão. Seria preocupante se não tivéssemos uma previsão positiva em termos de doações", explicou.

A expectativa é que o cenário melhore com o início das doações pela internet, via cartões de crédito. "O uso do cartão de credito na internet para compras está crescendo muito. Em princípio havia uma dúvida sobre a predisposição das pessoas em confiar no sistema. Mas há um entendimento de que o brasileiro já venceu a barreira cultural em relação a isso. Somos a candidatura com maior presença na rede social e na internet, e se isso for traduzido como contribuição financeira será excelente", acrescentou o coordenador.

A perspectiva é que a divulgação dos nomes de quem contribui com a candidatura de Marina seja feita apenas no fim da corrida eleitoral. "A campanha política e o financiamento têm regras muito claras: temos que divulgar o arrecadado, o gasto, e estamos fazendo isso. A decisão de divulgar o nome de um doador durante a campanha é algo que depende exclusivamente do doador. Como nós não tivemos no momento nenhuma solicitação de divulgação, então nós não vamos divulgar", concluiu Capobianco.
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