A auditora fiscal Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves da Silva, apontada como suspeita de ter violado sem motivo profissional os dados do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, para a montagem de um suposto dossiê, negou-se a prestar depoimento nesta quarta-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ex-chefe de Delegacia da Receita Federal na região do ABC paulista, Antonia alegou "motivos pessoais" para não comparecer à oitiva. Como não houve uma convocação da servidora, ela tem o direito de se recusar a prestar o depoimento.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, um grupo de investigação supostamente ligado à petista Dilma Rousseff, candidata à presidência da República, obteve documentos de uma série de três depósitos na conta de Jorge, além de informações sobre seu Imposto de Renda. O caso ainda está sendo apurado pela corregedoria-geral da Receita, que tem até amanhã para encaminhar à Justiça dados sobre o andamento das investigações.

Em julho, durante depoimento no Senado, o secretário-geral do Fisco, Otacílio Cartaxo, afirmou saber quais funcionários acessaram com ou sem razão profissional para tal os dados fiscais do dirigente tucano.

Na última semana, em depoimento na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Eduardo Jorge voltou a atribuir à "campanha de Dilma" o vazamento de informações fiscais sobre sua movimentação financeira e sobre dados confidenciais contendo seu Imposto de Renda. "Não é nenhuma ilação dizer que o comitê fez o dossiê ou que recebeu (as informações sob) sigilo e sabe quem fez. Admito a possibilidade de eles serem inocentes. (Se forem) que digam quem foi (que vazou os dados)", disse ele ao Terra após o depoimento na PF