O candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, acusou, nesta terça-feira (10), o Governo do Estado de "acordo tácito" com o tráfico para fazer obras em conjunto com o Governo Federal embutidas na sigla PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no Complexo do Alemão (Zona Norte). Ele disse que, sem a pacificação prévia, as obras colocam em risco seus trabalhadores.

"Quando você vê traficantes circulando livremente no morro, percebe que só pode haver um acordo tácito, e que põe em risco a vida dos trabalhadores. As obras deveriam ser feitas somente após a pacificação", afirmou, acrescentando que o Alemão "virou um asilo para traficantes refugiados de favelas onde se instalaram UPPs".

No domingo (9), reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrou que o traficante Eliseu Felício de Souza, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, ocorrido em 2002, circulava livremente pelo Alemão. O complexo também é apontado como QG do Comando Vermelho, de onde teria saído a ordem do traficante Fabiano Atanázio da Silva - mais conhecido como FB - para invadir o Morro dos Macacos, em Vila Isabel (Zona Norte) em outubro do ano passado, causando um tiroteio que deixou mais de 40 mortos. - entre os quais policiais militares que estavam em um helicóptero abatido por tiros de fuzil.

Dilma afirmou desconhecer promessa do Governo Lula
Nesta segunda-feira (9), ao gravar um programa eleitoral na Rocinha, a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff - aliada de Cabral -, afirmou que "a pacificação vem depois dos equipamentos sociais". Confrontada com a promessa feita em 2007 - quando coordenava o Governo, como ministra chefe da Casa Civil -, ela disse que nunca soube do assunto e que "pacificar antes ou depois não é relevante".

Para Gabeira, a afirmação de Dilma revela que "para ela, a pacificação (em si) não é relevante".