A entrada em massa de turistas de países vizinhos pelas rodovias brasileiras é motivo de preocupação para o diretor de assuntos estratégicos da Agecopa. De acordo com Yuri Bastos, enquanto a grande preocupação dos governos e demais envolvidos na organização da copa do mundo de 2014 ainda gira em torno da precariedade dos aeroportos para receber turistas pelo ar, pouco se falou até agora da segurança nas fronteiras, por onde poderão passar milhares de pessoas.

“Para os povos da América do Sul, esta não será apenas a Copa do Brasil. Será a Copa do Mundo de todos os sulamericanos. Não tenho dúvidas de que o Brasil será literalmente invadido por terra muitos torcedores e, dentre eles, poderão vir muitos que não terão condições de acompanhar os jogos e de consumir em restaurantes e rede hoteleira. Alguns deles, infelizmente, podem provocar uma sensação de insegurança muito grande”, declarou com exclusividade ao Olhar Direto.

De passagem por Brasília para participar de reunião da Câmara Setorial do Turismo da Copa de 20134, Yuri levou esta semana o assunto ao diretor geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que é o gestor responsável pelas obras da Rota Pantanal-Pacífico, que será a porta de entrada de muitos turistas da Bolívia, Colômbia e até Paraguai.

O diretor da Agecopa propõe a realização de uma audiência publica, em Cuiabá, com a participação das polícias civilm, militar, federal, rodoviária e do Gefron, e empresários do setor aéreo e rodoviário para analisar a questão. Bastos participou na semana passada em Cochabamba, na Bolívia, de uma reunião com representantes do governo local e do trade turístico e ficou impressionado com a cultura local, mas também com a pobreza daquele país.

Ele acredita que muitos criminosos podem se infiltrar entre a população pobre que tenderá buscar no Brasil uma oportunidade para obter dinheiro, oportunidades no comércio e com os turistas mais abastados.

“É uma situação que teremos que avaliar até mesmo por questões de segurança pública. Cuiabá será a porta de entrada de milhares de pessoas que não se enquadram no perfil de turistas para o qual estamos fazendo investimentos e que esperamos receber, que são da Europa, Estados Unidos e até da Argentina, Uruguai e Chile, que são países em situação financeira um pouco melhor”, afirmou.