O governo do Estado está buscando uma solução conjunta com a prefeitura de Marcelândia e o governo federal para socorrer as famílias e os empresários que tiveram seus bens atingidos pelos incêndios florestais que arrasaram parte do município no início de agosto.

As medidas que estão sendo analisadas incluem a construção de um conjunto habitacional, cursos de capacitação e a abertura de linhas de financiamento para a reestruturação financeira dos empresários e trabalhadores prejudicados pelo sinistro.

O secretário adjunto da Casa Civil, Vivaldo Lopes, veio a Brasília nesta semana para apresentar ao Ministério da Integração Nacional uma proposta feita com base nas exigências feitas pela prefeitura de Marcelândia. “Vim cumprir uma determinação do governador Silval Barbosa (PMDB) para buscarmos uma solução definitiva a estas famílias”, afirmou.

Com viés social e em caráter de urgência, a ação prevê a construção de um conjunto habitacional para atender as cerca de 100 famílias que tiveram suas casas destruídas pelas chamas. O pedido da prefeitura, feito a partir de um diagnóstico social elaborado pela Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania (Setec), prevê investimentos federais de R$ 9,131 milhões a fundo perdido do Ministério da Integração Nacional por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

De acordo com Vivaldo Lopes, o projeto desenvlvido pela Sinfra (Secretaria de Infra-Estrutura do Estado) vai beneficiar em torno de 400 pessoas. “O projeto prevê a construção de um centro de convivência, com praça, pavimentação, iluminação pública e saneamento. Também será entregue a cada família um kit habitação com móveis como geladeira, fogão, tanque e sofá, para ajudar a reestruturação das famílias”, destacou.

O secretário adjunto explica que também serão oferecidos cursos de capacitação profissional aos trabalhadores que perderam seus empregos. “Mais de 500 pessoas ficaram desempregadas. Para um município do tamanho de Marcelândia, o impacto negativo é muito grande”, esclareceu o secretário.

Recuperação Econômica - O secretário adjunto da casa Civil também está negociando com o governo federal a liberação de uma linha de crédito de R$ 15 milhões para a reestruturação das empresas atingidas pelas chamas. Segundo Vivaldo Lopes, o diagnóstico foi entregue ao diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que servirá como um articulador dos interesses do Estado junto ao governo federal.

O recurso foi estimado com base em um diagnóstico econômico feito pelo MT Fomento, que avaliou o dano causado pelos incêndios para proporcionar aos empresários a recuperação financeira do antigo negócio ou até mesmo a diversificação da atividade.

Vivaldo Lopes afirma que o governo do Estado não descarta buscar outras formas de financiamento. Uma delas é utilizar o Fundo da Amazônia, que é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério do Meio Ambiente.

“Esta possibilidade não está descartada porque envolve investimentos federais na região amazônica, o que pode proporcionar uma parceria entre os órgãos de proteção ambiental e o setor produtivo para criarmos formas mais sustentáveis de exploração dos recursos naturais na região”, comentou.