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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Hospital atende pessoas com deformidades craniofaciais

O hospital Sobrapar é um centro de referência em pesquisa e cirurgia do crânio e da face e atende pelo SUS os pacientes que não podem pagar pelo tratamento. Sara é um bebê alegre. Na gestação, a família...

O hospital Sobrapar é um centro de referência em pesquisa e cirurgia do crânio e da face e atende pelo SUS os pacientes que não podem pagar pelo tratamento. Sara é um bebê alegre. Na gestação, a família descobriu que ela tinha uma má formação na boca. "Eu chorei muito, eu fiquei desesperada, morrendo de medo. ‘Como que vai ser?’. Eu ouvi falar inúmeras coisas ruins, que não ia sobreviver, que ia engasgar, que eu não ia conseguir alimentar", conta a mãe, Angélica Criado Veronez.


A fonoaudióloga, Anelise Sabbag explica como é o procedimento. “Ela vai fazer planejamento cirúrgico, é fechar, corrigir aquiloplastia ou lábio, com três meses de idade, e o palato, o céu da boca, aproximadamente com um ano. Tudo isso vai ser previamente acompanhado pela fono, e depois a gente vai acompanhando essa criança até o final do crescimento facial, em torno dos dezoito anos."

Agenor Lucas Cardoso Neto, operador de produção, se prepara para a segunda cirurgia. "Eu morava em Alagoas, aí depois eu mudei pra morar aqui em São Paulo, aí eu ouvi falar que um hospital que chamava Sobrapar que fazia esse tipo de coisa. Eu entrei na internet, pesquisei o hospital, liguei, marquei consulta. Na segunda consulta, o doutor Cássio já marcou a cirurgia comigo.”

As cirurgias e acompanhamento médico são de graça. "O cirurgião craniofacial, sozinho ele não vai resolver nada. Ele precisa de uma enfermagem boa, de uma equipe de UTI treinada pra isso, ele precisa de um fonoaudiólogo, ele vai precisar de um ortodontista, psicólogo, haja vista que, qualquer família que tem um filho nessas condições, ela estranha, ela sente uma situação difícil, os parentes mais próximos cobram situações em que, se eles não tiverem apoio psicológico, fica difícil de explicar”, comenta Celso Luiz Bruzzo, cirurgião.

Valéria Cristina Santos Menzano é psicóloga. Ela fala que é importante ensinar as crianças a lidarem com esse tipo de situação. “A gente vai ensinando a criança a como lidar com as outras crianças. Como lidar com uma zombaria dentro de sala de aula, então a gente ensina a enfrentar de forma mais adequada, ou tentando ensinar pra outra criança o que realmente acontece com ela, mostrando que pode ser uma coisa interessante, ou realmente ignorando aquela situação que não é adequada.

A fono entra com um treinamento específico para ajudar as pessoas na reinserção social. “Aproximando a fala o mais próximo possível dos padrões convencionais, os padrões de fala comuns, porque a fala é o primeiro contato”, confirma Anelise Sabbag.

"Ele não falava nada. Ele só apontava o dedo assim, quando ele queria água, queria comer, daí eu vim aqui, conversei com ela, ela começou a fazer. Ele começou e agora, tem hora que fala até demais!", brinca Sebastiana Aparecida Domingues de Oliveira, mãe de paciente.

O hospital também tem parcerias com empresas para treinar e encaminhar pacientes para o mercado de trabalho. “A empresa, ela tem que estar preparada pra receber essas pessoas que têm alguma deficiência, que têm uma necessidade especial, mas que, por outro lado, tem aí um potencial que pode ser descoberto, e que pode deslanchar numa carreira como qualquer outra pessoa", diz a assistente social, Ana Cláudia Kalvan.

O centro de referência atende pacientes de todo o país. A família de Rubia Juliana Vieira da Silva é de Santa Catarina. "Eu acho que o que mais motiva a gente em relação a isso assim, ao Otávio ter um futuro bom, é justamente a inclusão dele. Ele ir pra uma escola, ele conviver com amigos, conviver com crianças da idade dele. Porque é pra ele ter uma convivência igual a das outras crianças. Ele tem uma aparência física diferente, mas ele é uma criança."

O pai, Evandro José da Silva, concorda. "O tratamento vai ser longo, a gente já sabe disso, mas estando aqui a parceria com a Sobrapar, a gente está bem tranquilo."

Rúbia e Evandro se mudaram pra campinas pra cuidar de Otávio, que nasceu com uma síndrome rara. "Ter um filho especial não é problema, é uma vitória pra gente. A gente se sente bem e orgulhoso de ter um filho tipo do Otávio”, fala o pai.

"Hoje a gente vê ele rindo, dando gargalhada... Ontem foi a primeira gargalhada dele. A gente fica tão feliz, isso é tão gratificante pra gente. Minha nossa, não tem como a gente explicar”, completa a mãe.

No ano passado, o hospital Sobrapar realizou 18 mil atendimentos e 1.200 cirurgias.

Confira, no vídeo, a entrevista com o doutor Cássio Eduardo Raposo do Amaral, cirurgião plástico e vice-presidente do hospital.
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