Mesmo diante de eventual desgaste, o governador reeleito Silval Barbosa (PMDB) declara ser favorável ao retorno da Cobrança Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) defendida por alguns congressistas e argumenta que “o tributo não pesa para ninguém”.

Para ele, a saúde só terá avanço se for criado um fundo específico para o setor. “Se não fizermos isso nunca sairemos do ‘basicão’”, disse, ao argumentar que a cobrança não afetará os mais “pobres”, um dos temores da população.

Segundo o governador, a proposta prevê o desconto apenas daqueles cuja movimentação financeira for superior a três salários mínimos. Defende que, com o montante proveniente da cobrança, seria possível concretizar alguns planos, como “zerar” as filas do atendimento público de saúde.

Silval alega não ver as críticas dos oposicionistas como barreira, já que a maioria deles é ligada ao PSDB, que foi quem instituiu, em 1996, na gestão Fernando Henrique Cardoso, a cobrança. A previsão, no entanto , era durar dois anos, mas ficou em vigor até 2007.

A idéia, no entanto, tem sido vista com resistência por alguns líderes mato-grossenses. Já manifestaram contrariedade o senador eleito Pedro Taques (PDT) e o senador Jaime Campos (DEM). Justificam o posicionamento à alta carga tributária do país, que ficaria ainda mais onerosa.

A discussão sobre a volta da CPMF veio à tona a partir de um pronunciamento da presidente eleita, Dilma Roussef (PT), de que estaria havendo pressão por parte de governadores para que houvesse uma compensação da perda gerada com a extinção do tributo. A petista adiantou que iria dialogar com eles, pois não poderia ignorá-los.