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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Mãe reencontra filho sequestrado por marido bígamo após longos 43 anos

O pai de família abandonou a esposa para ficar com a amante e sequestrou os filhos. Na época, o menino tinha 4 anos e, a menina, 3. A menina, que hoje é mulher, ainda não reencontrou a mãe.


Para entender bem essa história, temos que voltar a 1963. Foi nesse ano que, no Paraná, Dona Terezinha se casou com o operário Luiz Voltolini.

O casal teve dois filhos: Gilberto e Maria Auxiliadora. Voltolini abandonou Terezinha para ficar com a amante, Clara Rossini. Numa das visitas à ex-mulher, o pai aproveitou para sequestrar os filhos. Na época, a menina tinha 3 anos e, o menino, 4 anos de idade.

Começava aí uma longa e angustiante busca pelas crianças. Dona Terezinha percorreu a vizinhança, casas de amigos e parentes, foi a programas de rádio e TV. No desespero, ia a postos de combustíveis, aproveitava a distração dos motoristas e subia na carroceria dos caminhões. Viajava escondida e sem destino. A esperança de encontrar os filhos na próxima parada.

Um esforço em vão. “A minha vida era assim. Eu procurava, mas não conseguia nada. Eu conto os dias, as horas, os minutos. Acordo à noite toda hora, não durmo à noite. Eu vivo sonhando com os meus filhos”, diz Dona Terezinha.

No mês passado, essa história de sofrimento mudou. Um sobrinho de Dona Terezinha, o Anderson, descobriu o paradeiro de Gilberto e Maria Auxiliadora. Anderson mora em João Pessoa e fez um trabalho de detetive. Fuçou a internet, procurou em cartórios de vários estados e acabou localizando os dois no interior de Rondônia.

“E na certidão de óbito, de Luiz Voltolini, que foi o pai bígamo, que se casou e modificou os documentos, lá eu encontrei que ele havia modificado o documento para se casar, então era bígamo. E depois modificou o nome dos filhos com essa amante. Eles registraram novamente as crianças e por esse fato minha tia nunca conseguiu encontrar os filhos dela”, disse Anderson.

Nas certidões alteradas, Gilberto virou Luis Roberto, e Maria Auxiliadora, Maria Cristina. “Foi muito emocionante quando eu liguei pra Maria Cristina, que de fato é Maria Auxiliadora, ela já sabia que sua mãe verdadeira não era Clara Rossini, e ela falou: ‘Você é parente da minha mãe? Ela está viva?’. Eu falei: ‘Sua mãe está viva, está ansiosa querendo conhecer você, e foi aí que comecei a contar tudo que aconteceu”, explica Anderson.

O pai, Luiz Voltolini, morreu há 18 anos, em Rondônia. Clara, a segunda mulher, ainda estaria viva e morando no Espírito Santo. Descoberta a fraude nos registros e localizados os filhos, Anderson começou a organizar o reencontro.

Sem estudos nem família, Gilberto e Maria Auxiliadora levam vidas modestas em Rondônia. Ela é empregada doméstica e não conseguiu dinheiro para ir até o Paraná.

Gilberto, furador de possos, só embarcou porque os fiéis da igreja que ele frequenta ajudaram a comprar as passagens. Para Gilberto, foi uma longa jornada de São Francisco do Guaporé, em Rondonia, até Londrina, no Paraná. Mais de três mil quilômetros numa viagem que durou dois dias e duas noites.

Na rodoviária, Dona Terezinha e os parentes emocionados esperavam pelo desembarque de Gilberto. Uma toalha verde lá, sinalizando o caminho para o reencontro.

Em casa, ele foi conhecendo os parentes, um a um. "Dôra" é Maria Auxiliadora, que ficou em Rondônia. Gravamos uma entrevista com ela, em Alvorada D'Oeste, para mostrar à Dona Terezinha.

No vídeo, Dôra revelou que estava mais ansiosa para reencontrar a mãe e lembrou que o pai não queria que ela e o irmão conhecessem a mãe verdadeira. Ela disse como foi difícil viver todo esse tempo longe de Dona Terezinha. “Eu sempre queria encontrar a minha mãe verdadeira. Eu queria saber de que jeito ela era. O meu maior sonho é encontrar com ela, abraçar, dizer que eu a amo muito. Esse nome de mãe é o nome mais doce que tem, a palavra mãe. E esse privilégio eu ainda não tive. Eu espero encontrar ela, abraçar ela e viver o resto da minha vida junto com ela”, disse Maria Cristina Voltolini, filha registrada como Auxiliadora.

“Eu não quero morrer sem ver a minha filha”, reforçou Dona Terezinha.
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