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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Comboio de papais noéis se prepara para maratona de visitas no Rio

Foto: Carla Meneghini/G1

Comboio de papais noéis se prepara para maratona de visitas no Rio
Enquanto as famílias preparam suas ceias, na tarde desta sexta-feira (24), um grupo de 20 papais noéis se reúne em um hotel no Centro do Rio para se preparar para uma maratona de distribuição de presentes. Lá eles colocam seus trajes vermelhos, são maquiados e recebem seus roteiros de visitas para a noite de Natal.


Por volta das 18h, os papais noéis deixam o hotel e seguem de táxi para visitar as casas de clientes. Vestindo um figurino que pesa 12,5 kg, eles fazem cerca de seis visitas durante a noite, agendadas até a 0h do dia 25. A visita custa entre R$ 400 e R$ 600 e cada papai noel profissional pode chegar a ganhar R$ 10 mil em um Natal.

'Trabalho recompensador'

“É um trabalho muito recompensador, em termos financeiros e afetivos”, conta Enok Pinheiro, de 71 anos, que trabalha há 5 como Bom Velhinho. “Não é só vestir uma roupa e sair por aí, tem que ter alma de papai noel”, diz Pinheiro. “E tem que fazer uma ginástica espiritual para aguentar o calor do Rio de Janeiro debaixo dessa roupa”, completa rindo.

O mais antigo do grupo, Sylvio Furtado, de 65 anos, integra o grupo há 11 e diz que já se sente o próprio Papai Noel. “Minha pele já é vermelha como a do Noel, trabalho por amor, pela alegria das crianças”, afirma. Ex-combatente do Exército, ele conta que começou a trabalhar como papai noel por curiosidade e hoje ocupa o disputado posto em um grande shopping da Barra da Tijuca. “É um trabalho que faz bem à saúde, venci minha hipertensão virando papai noel”, diz.

Na Escola de Papai Noel eles têm aulas de preparação física, impostação de voz, expressão corporal e improvisação. “É um trabalho árduo, que requer aprendizado e talento, mas o principal é gostar de criança”, diz o coordenador da escola, Limachem Cherem. A barba natural também é hoje um requisito de grande importância. “É até uma questão de segurança para as famílias que nos contratam”, diz Cherem.

Mas aula nenhuma prepara esses homens para aquele que é o maior desafio de um papai noel profissional: saber improvisar quando alguma criança da festa fica sem presente. “Muitas vezes os donos das casas esquecem de comprar um presentinho para os filhos dos empregados e isso desmonta qualquer papai noel. Uma vez cheguei a chorar”, lembra Enok Pinheiro.

Para evitar o constrangimento, hoje Cherem não deixa ninguém do grupo sair da sede sem uma ou duas lembrancinhas que cubram eventuais esquecimentos. “Não podemos deixar morrer a fantasia”, diz Sylvio Furtado.
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