Apoiada nas ações da Petrobras e Vale, a Bolsa de Valores São Paulo (Bovespa) superou a instabilidade do período da manhã e garantiu fechamento em alta nesta terça-feira. Ao final da jornada, o Ibovespa marcava valorização de 2,34%, aos 39.510 pontos, patamar não observado desde 19 de fevereiro. O giro financeiro foi de R$ 3,46 bilhões.
Revertendo as perdas da manhã, o papel PN da Petrobras fechou o dia com alta de 2,90%, a R$ 27,98, e o ON ganhou 2,97%, para R$ 34,60. Depois de um começo de dia em baixa, a ação seguiu pares externos que ganharam atratividade conforme o barril de WTI retomou alta. O contrato mais curto fechou aos US$ 49,16, preço não observado em três meses.
Contribuindo para os ganhos, Vale PNA valorizou 1,27%, para R$ 27,05, e Vale ON fechou com alta de 2,50%, a R$ 31,45. Entre os bancos, Itaú PN aumentou 2,19%, para R$ 24,64.
Para o economista da WIN, home broker da corretora Alpes, José Goés, mesmo com menor intensidade, a bolsa brasileira melhora junto com o mercado externo.
Em Wall Street, a instabilidade do período da manhã deu lugar a um consistente movimento de compra, puxado pelo setor de tecnologia e pelos bancos. O Dow Jones ganhou 2,48%, para 7.395 pontos. O S & P 500 teve acréscimo de 3,21%, a 778 pontos. E o Nasdaq Composite valorizou 4,14%, a 1.462 pontos.
Segudo Goés, o pano de fundo para as compras continua sendo a melhora da confiança com relação ao setor financeiro, onde cresce a lista de bancos que se dizem lucrativos no começo de 2009 - depois do Citigroup, JP Morgan, Bank of America e Barclays, HSBC e Standard Chartered também acenaram com resultados positivos.
" Além dos bancos já temos alguns pequenos sinais de que o olho do furacão está para trás " , avalia Góes apontando para dados econômicos recentes, como a construção de novas moradias nos Estados Unidos, que disparou 22% em fevereiro, marcando o primeiro avanço em oito meses.
Ainda de acordo com o economista, não é de se estranhar que o Ibovespa não esteja replicando com toda a intensidade os ganhos observados em Wall Street, pois nosso mercado antecipou parte da alta. " Mas se continuar essa valorização lá fora, aqui não vai resistir, e acaba indo junto. "
De volta ao campo corporativo, as ações ON da Perdigão aumentaram 7,17%, para R$ 32,70. Já o ativo PN da Sadia ganhou 4,56%, a R$ 2,98. Em resposta aos rumores de fusão das companhias, as duas emitiram notas apontando que estiveram negociando uma eventual associação, mas que nenhum entendimento foi atingido. As empresas também ressaltam, que, no momento, não há nenhuma tratativa em andamento.
Desempenho positivo também para o setor de papel e celulose. VCP PN liderou os ganho do dia subindo 7,38%, a R$ 10,32, e Aracruz PN aumentou 6,38%, a R$ 1,50. Bancos nacionais e estrangeiros publicaram relatório prevendo melhora no preço da celulose no segundo semestre.
Lojas Renner ON, B2W Varejo ON, Sabesp ON, Gafisa ON, Natura ON e Lojas Americanas PN tiveram valorização superior a 6% cada.
Na ponta vendedora, GOL perdeu 3,63%, para R$ 7,95, e Braskem PNA cedeu 3,57%, a R$ 4,59. As duas empresas são prejudicas pelo maior preço do petróleo. As siderúrgicas também perderam valor. Usiminas PNA apontou queda de 2,31%, a R$ 21,50 e Gerdau PN diminuiu 1,32%, a R$ 11,20.
