Olhar Direto

Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Política BR

Mídia alemã: desafio de Dilma é não 'segurar lugar' para Lula

A mídia alemã destacou neste domingo que a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, terá desafios que ficaram do governo de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, como a ampliação de investimentos para as áreas de educação, segurança e infraestrutura. Além disso, a imprensa da Alemanha também afirma que a corrupção no governo é outro problema que precisa ser resolvido por Dilma, e que ela não deve só 'segurar o lugar' para a volta de Lula.


O jornal alemão Die Welt afirma que Dilma Rouseff terá muitas reformas "cabeludas" pela frente e diz que a nova presidente não teve que vencer somente um câncer para chegar ao cargo, mas também o machismo. Entretanto, no artigo intitulado "Após Lula vem Dilma e depois Lula?", o diário informa que justamente seu mentor, Lula, poderá ser um grande problema, por ter mantido em aberto a possibilidade de voltar à Presidência em 2014. "Isso contribui para enfraquecer Dilma, fazendo dela uma simples seguradora de lugar", diz o diário.

O Frankfurter Rundschau disse ser improvável que a nova presidente trilhe um caminho muito diferente do seu antecessor "já que foi por muito tempo a mão direita de Lula". O veículo também diz que "a formação do seu gabinete dá impressão de que sua gestão seguirá o curso social-democrata de desenvolvimento e distribuição de renda de forma ainda mais resoluta".

A publicação afirma, ainda, as diferenças entre Dilma e Lula. "Enquanto ela lê Proust e Shakespeare, Lula aparenta não ir muito além de uma revista de futebol", acrescentando que a Dilma falta o carisma de seu mentor: "a dúvida é se sua sobriedade tecnocrata também poderá ser capaz de atravessar crises".

Para o Neue Osnabrücker Zeitung, o País herdado por Dilma Rousseff precisa de novos investimentos, sobretudo, em infraestrutura e na educação. E aponta para a possibilidade de Lula querer voltar daqui a quatro anos.

Para a rede pública ARD, um grande desafio para Dilma será "sair da gigantesca sombra de seu antecessor". O correspondente da TV estatal alemã no Rio de Janeiro diz que "pobreza, educação deficiente, violência e corrupção" são os grandes problemas a serem enfrentados pelo novo governo.

O marxista Junge Welt afirma que, embora Dilma seja considerada "tecnocrata e de estilo seco", ela tem uma biografia política que "não fica nada atrás da de Lula".

Divergências com Lula
Veículos das imprensas francesa e austríaca acreditam que Dilma Rousseff poderá sair da sombra de Lula se defender pontos de vista diferentes dos de seu antecessor.

O parisiense Le Monde afirma que Dilma já mostrou divergir de Lula com relação à controversa aproximação realizada com o Irã, quando ela se disse preocupada com os direitos humanos, especialmente com o tratamento dado às mulheres no país asiático. O jornal francês lembra que "mais de quatro em cada cinco brasileiros dizem que ela poderá governar bem ou até melhor que o presidente mais popular da história do Brasil".

O austríaco Die Presse diz que Dilma deve mostrar logo a que veio, para "moldar uma imagem de presidente forte". Segundo o diário, ela deve combater a corrupção na política, o clientelismo e a burocracia, além de integrar a sociedade civil mais fortemente nas decisões políticas.

Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet