O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse neste domingo (3), no Palácio do Planalto, que a relação diplomática entre Brasil e Itália não será prejudicada pela decisão do governo brasileiro de não extraditar o ex-ativista de esquerda Cesare Battisti.

Segundo o ministro, a presença do embaixador italiano Gherardo de La Francesca na cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff, neste sábado (1º), demonstra que o país europeu deseja manter um bom diálogo com o Brasil.

“Ontem na cerimônia de posse estava o embaixador da Itália, De La Franchesca. [...]A presença dele na cerimônia de posse foi uma manifestação do desejo dos dois países prosseguirem o seu relacionamento e darem ênfase a seu relacionamento e a uma agenda construtiva”, afirmou, após participar de reuniões de Dilma com sete autoridades estrangeiras.

Na última sexta-feira (31), o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitou a extradição de Battisti para a Itália. Lula acatou o parecer elaborado pela Advocacia Geral da União (AGU) que recomendava a manutenção do ex-ativista em território brasileiro. A decisão contraria os apelos do governo italiano, que convocou o Franchesca ao país europeu para prestar explicações. O embaixador italiano deve embarcar nesta domingo, depois de se reunir com o advogado da Itália, Nabor Bulhões.

Por telefone, Bulhões disse ao G1, neste domingo, que vai tratar dos recursos que pretende ingressar no Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Lula. “Já estou com autorização da Itália para tomar todas as medidas de impugnação cabíveis. A decisão do Executivo é uma afronta às instituições italianas, põe em dúvida a rigidez das instituições italianas. Lula não tomou uma atitude condizente com o cargo de presidente da república, de agir como chefe da nação”, disse.