O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ali Babacan, afirmou hoje que seu país defende um cessar-fogo que inclua monitores internacionais para garantir uma trégua entre Israel e o Hamas. Babacan disse que a Turquia se dispõe a contribuir para uma missão do tipo. A informação foi divulgada em comunicado após uma entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moallem, que foi à Turquia para discutir formas de encerrar o confronto na região.

"Nós acreditamos que qualquer solução deve ser garantida pela comunidade internacional e há necessidade de um grupo de monitores internacionais para qualquer solução ser factível", afirmou Babacan. "A prioridade deve ser o fim dessa tragédia humana", defendeu. "Nada pode justificar a morte de civis, mulheres e crianças." O ministro sírio também pediu um imediato cessar-fogo. Al-Moallem disse que Turquia e Síria trabalham para somar esforços em prol de uma trégua e da abertura das fronteiras na Faixa de Gaza.

A Turquia criticou duramente Israel por sua ofensiva por terra, iniciada no sábado. O país pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) que tome atitudes para encerrar a violência. Babacan também disse que o Hamas deve parar com os ataques com foguetes no território israelense.

A Turquia vinha atuando como mediadora indireta das conversas entre Síria e Israel. As negociações estavam paralisadas por causa da instabilidade política israelense - o primeiro-ministro Ehud Olmert foi forçado a renunciar ao ser envolvido em casos de corrupção e continua no cargo interinamente - e foram oficialmente suspensas por Damasco, após o início da ofensiva em Gaza.

Espanha

Também hoje, o governo espanhol pediu um cessar-fogo imediato em Gaza e advertiu Israel de que uma ação militar não traria a paz. "Não há solução militar para a crise", afirmou o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero. Ele disse que se encontraria com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, ainda nesta semana em Madri.