A colheita da soja está acelerada em Sorriso, norte de Mato Grosso. Quem não negociou a safra com antecedência, agora corre para aproveitar o bom preço do grão.

O agricultor Gilberto Peruzi, que planta quatro mil hectares de soja em Sorriso, norte de Mato Grosso, não fez nenhuma venda antecipada da safra. Tudo o que foi plantado ainda vai ser negociado. “A partir de maio do ano passado, quando começaram os negócios futuros, não se prometia ter um preço em níveis dos que estão hoje. Quem optou por segurar um pouco acabou pegando preços melhores”, disse o agricultor.

Os produtores do norte de Mato Grosso que fizeram como Gilberto agora trabalham a todo vapor nas lavouras para colher e depois vender a soja, mas teve produtor que já negociou o grão com antecedência. É o caso de Márcio Giroletti, ele cultivou 1.700 hectares de soja. Do total da produção, 70% foram negociados antecipadamente no segundo semestre do ano passado. “Naquele momento era um bom negócio graças aos números. Não era exatamente o que estávamos buscando, mas por motivo de segurança, melhor aquele número do que arriscar o mercado voltar a patamares inferiores”.

A comercialização antecipada é uma saída para cobrir os gastos, mas é preciso tomar alguns cuidados. “O que se busca dentro da comercialização é conseguir uma média, não se pode fazer tudo antecipado e também não se pode esperar o melhor preço, não sabemos quando isso vai ocorrer”, explicou Elson Pozzobom, presidente do Sindicato Rural de Sorriso.

De acordo com o último levantamento da Conab, Mato Grosso deve colher 19 milhões e 500 mil toneladas de soja nesta safra.