Sabedor das amplas condições que o governo federal possui para aprovar na Câmara Federal o projeto de lei que estabelece o salário mínimo de R$ 545, o deputado federal Júlio Campos (DEM) afirmou em entrevista exclusiva ao Olhar Direto que o seu partido manteve uma postura responsável ao propor o valor de R$ 560.

Para o ex- governador de Mato Grosso, que retorna ao cenário político federal para ser o único representante da oposição na bancada federal, a busca de um ponto de equilíbrio entre a análise das contas de governo e a proposta do PSDB tem sido a tona dos Democratas nos últimos dias em relação ao debate.

“O DEM não foi nem tanto ao céu, nem tanto à terra”, declarou o deputado a respeito das propostas apresentadas pelo governo, de R$ 545, e pelo PSDB, que fincou o pé em R$ 600, aliás, a principal plataforma da propaganda do ex-candidato à presidência José Serra.

“A equipe econômica do governo não aceita modificações no valor proposto, pois foi definido a partir da realidade do governo. Mas sabemos também que não é possível atender ao pedido de (José) Serra, porque o Brasil não tem condições de pagar um mínimo de 600 reais. Os 560 reais que estamos propondo atende aos anseios de boa parte dos parlamentares e das centrais sindicais”, declarou.

Para o deputado democrata, o Brasil poderia oferecer um salário melhor se fossem feitos cortes em gastos desnecessários como, por exemplo, publicidade, aluguéis de prédios públicos, diários e viagens. “Os cortes de gastos trarão benefícios a todo o país”, finalizou.