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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Justiça condena quatro líderes de milícia que atuava na zona oeste

Os líderes da milícia conhecida como “Comando Chico Bala” foram condenados pelo crime de formação de quadrilha nesta segunda-feira (14) pela 42ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Francisco César Silva de Oliveira, o Chico Bala, terá que cumprir pena de 12 anos de reclusão; Herbert Canjijo da Silva, o Escangalhado, e Alexandre da Silva Monteiro, o Popeye, foram sentenciados a 10 anos de prisão; e Anderson da Conceição Severo, conhecido como Severo, a oito anos. Para todos os condenado, o regime inicial será o fechado.


Segundo a denúncia do Ministério Público estadual, os quatro faziam parte da quadrilha que atuava desde 2005 nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz e adjacências, na zona oeste do Rio, com a exploração do transporte alternativo de passageiros, cobrança obrigatória de taxa de segurança dos comerciantes e a redistribuição ilícita de sinais de transmissão de canais de televisão, conhecida como “gatonet”.

Ainda de acordo com a promotoria, os ex-policiais militares Chico Bala, Escangalhado e Popeye passaram a auxiliar a Polícia Civil no desmantelamento da organização criminosa concorrente, conhecida como “Liga da Justiça”, atuando como informantes na delegacia de polícia de Campo Grande e participando de operações de campo. O objetivo era enfraquecer a milícia rival e assumir o comando da região, esclareceu a juíza Alessandra Bilac .

- Com o enfraquecimento da quadrilha concorrente, houve a deflagração de uma guerrilha urbana sem precedentes, caracterizada pela audácia e violência dos ataques empreendidos de parte a parte e pelo absoluto desprezo ao patrimônio, à integridade física e à vida da população das localidades dominadas, mantida como refém e impotente espectadora do embate entre as duas facções antagônicas.

A juíza também ressaltou, baseada nas alegações finais do Ministério Público, que o “Comando Chico Bala” nasceu e fortalecido no interior da própria Delegacia de Polícia local. Os autos demonstram que era impossível que a autoridade policial e seus superiores não soubessem das atividades anteriormente desenvolvidas por seus “informantes”.

- O apoio fornecido a Chico Bala e aos demais integrantes de sua quadrilha pelos responsáveis pelo aparelho da segurança pública de nosso Estado mostrou-se decisivo para a consecução dos objetivos do grupo, qual seja, a retomada do território que em algum momento passou a ser dominado pelos seus rivais.

Devido aos fatos, a juíza atendeu o pedido feito pelo Ministério Público de apuração da prática de eventuais atos ilícitos por parte de autoridades e policiais da delegacia de Campo Grande na época dos fatos, bem como a uma das promotorias de tutela coletiva para apuração de eventual prática de fraude administrativa.
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